A busca por empatia, solidariedade e amor no morro do Vidigal

“Está todo mundo apavorado. Eu também estou com medo. O lado bom da crise é ter a semente da parceria. O que é meu é do meu amiguinho também, do meu irmão. Agora é hora de colocar o coração em pauta. Estamos falando de vidas. Como posso estocar mantimento se sei que tem alguém passando necessidade?”

Jonathan Azevedo, 34 anos, ator negro criado na Cruzada São Sebastião, no Leblon, e morador do morro do Vidigal, também na zona Sul carioca, está preocupado e abriu seu coração em entrevista à revista Quem, por uma live no Instagram nesta quinta-feira, 2. Com o filho Matheus Gabriel, de cinco meses, engatinhando e levando as coisas à boca pela casa, ele e Patrícia precisam redobrar os cuidados.

Mas preocupação também grande é com a favela, onde cuida de projetos sociais e comenta que há grupos de WhatsApp que ajudam a organizar as doações para os moradores do morro. ele próprio usa o zap para localizar quem está mais precisado de alimentos, a prioridade de quem vive na informalidade.

“Estamos com muita dificuldade para lidar com a quarentena. Essas pessoas já passavam por necessidades, e foi preciso tudo isso acontecer para que elas fossem notadas”, Jonathan fala e pontua: “Aqui, a gente luta por uma causa sem ter tempo para debater questões políticas.”

Apesar de dizer que todos no Vidigal estão apavorados com a pandemia, ele acredita que a sociedade vai sair melhor e mais unida da crise.