Pirataria americana atrapalha guerra à pandemia na Alemanha, França e Bahia

Ilustração da internet

Alemanha, Brasil e França acusam os Estados Unidos de interceptar na origem importações de equipamentos de proteção individual negociados com fabricantes asiáticos. Um exemplo próximo foi a encomenda de 600 respiradores artificiais do governo da Bahia para todo o Nordeste, cancelada pelos chineses sob suspeita de receber adiantado valor bem superior R$ 42 milhões que receberiam.

A Alemanha denunciou o desvio do carregamento de máscaras fabricadas pela multinacional americana 3M para os Estados Unidos, no caso reforçados pela aplicação de lei da década de 1950 que permite ao governo requisitar produtos americanos em tempo de guerra, como a travada na Coréia à época.

A empresa produz 100 milhões de máscaras N95 por ano, dois terços no exterior, como o lote destinado originalmente à Alemanha. O Ministro do Interior Andreas Geisel acusou “pirataria moderna”, ao declarar: “Não é assim que se lida com parceiros transatlânticos. Mesmo em momentos de crise global não é correto usar métodos do velho oeste”.

A presidente da região de Île-de-France, Valerie Pécresse disse que há um clima de “caça ao tesouro”: “Encontrei um estoque de máscaras disponíveis e os americanos propuseram o triplo do preço e se dispuseram a pagar adiantado”.

No Brasil, o único comenário até agora veio do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em tom crítico mas ponderado. Alinhado incondicional dos Estados Unidos, o governo brasileiro deve concordar com Trump, que disse ontem na conversa diária com repórteres sobre a pandemia: “Precisamos destes itens imediatamente para uso doméstico. Precisamos tê-los’.