Idosos resistem a se mudar para os hotéis contratados para hospedá-los

Os quartos foram preparados para receber idosos de comunidades - Crédito: Marcos de Paula - Prefeitura do Rio

O que faz com que uma pessoa idosa moradora da Rocinha ou do Vidigal rejeite o hotel contratado pela prefeitura? O quarto é completo: consiste cama de casal, mesas de cabeceira, escrivaninha, TV a cabo e armário com frigobar, além de um banheiro.

Pouca gente aceitou, não quer ficar longe da família, do cachorro, do gato ou do periquito. O prefeito carioca Marcelo Crivella não entende:

“Não sei se está havendo falha de comunicação da prefeitura, temos hotéis excelentes, alguns até com vista para o mar, e temos poucos idosos que ocuparam as vagas nos hotéis. Quartos com televisão a cabo, internet banda larga, pode ficar dia e noite em contato com a família”. E com três refeições diárias.

O vice-presidente do SindHotéis Rio, José Manuel Caamaño, tem opinião firmada: “Alguns não querem ficar longe de suas famílias. Quando eles chegam num hotel, é um lugar mais frio”.

Os convites da prefeitura começaram há mais de uma semana e chegaram a pelo menos 800 pessoas com mais de 60 anos nas duas favelas, das quais apenas 22 aceitaram a oferta. Mesmo incluída no grupo de risco, a grande maioria não quis se separar dos parentes nem dos objetos que acumulou na vida. A expectativa é de que a procura pelos quartos aumente com o avanço da da doença.