Profissionais da saúde na linha de frente de atendimento aos pacientes da Covid-19 estão em situação vulnerável e se tornam também vítimas da doença. No Rio de Janeiro, mais uma desses combatentes perdeu a guerra contra a doença. Daniele Costa, 42 anos, técnica de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Austin, bairro de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estava internada no Hospital Estadual Zilda Arns, em Volta Redonda, no Sul do estado, onde faleceu no último dia 27.
Ela, como tantos outros trabalhadores na área da saúde têm feito, registrou depoimento em vídeo alertando sobre os sintomas da Covid-19, fazendo apelo à população para que todos ficassem em casa, a fim de evitar o contágio. No vídeo, ela também descreve o tratamento recebido pelos próprios colegas da saúde ao procurar atendimento para ela mesma, que estava com suspeita da doença.
“Eu fui tão maltratada no hospital aquele dia. Sou profissional de saúde, me identifiquei que trabalhava na UPA, mas fui tratada muito mal. Eu queria muito que as pessoas tivessem consciência de que essa doença é uma doença grave. Quem puder fique em casa, se cuidem bebam bastante líquido, cuide da imunidade de vocês”, disse a técnica em enfermagem.
Ela havia procurado atendimento no Hospital da Posse, também no município de Nova Iguaçu. Quatro dias depois de fazer as imagens ela conseguiu internação no Hospital Estadual Zilda Arns, mas não resistiu e morreu oito dias após gravar o vídeo.
De acordo com a prefeitura de Nova Iguaçu, Daniele fez exames que deram resultado sugestivo para Covid-19, mas que não havia necessidade de internação. Em seguida, ela foi afastada do trabalho e orientada e ficar em isolamento, em casa.
Segundo fiscalização do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), foi identificado o afastamento de 4.602 profissionais por suspeita de COVID-19.
Posted by Daniele Costa on Sunday, April 19, 2020