Rio de Janeiro — Na manhã de ontem, dia 20 de julho, milhares de pessoas participaram de uma manifestação contra as remoções de favelas levadas a cabo pelo Estado reacionário em todo o Brasil. Enquanto centenas de chefes de Estado se reuniam para mais uma conferência da RIO+20 no Rio Centro, zona oeste do Rio de Janeiro, moradores de várias favelas ameaçadas de remoção, movimentos camponeses e indigenistas protestavam do lado de fora. Na noite do dia anterior, dezenas de ônibus já chegavam à favela Vila Autódromo trazendo manifestantes. Moradores e apoiadores do movimento produziram faixas e cartazes durante a madrugada. Quando raiava o dia, helicópteros sobrevoavam a favela e atiradores de elite observavam o movimento de cima dos prédios vizinhos. Na porta do Rio Centro, no início da manhã, as tropas de choque da PM e do exército já aguardavam a chegada dos manifestantes.
O presidente da associação de moradores da Vila Autódromo falou para os manifestantes sobre os vinte anos de luta contra a remoção da favela. Altair ainda criticou a realização da RIO+20 e denunciou as precárias condições de saneamento da Vila Autódromo e o assoreamento do rio que existe em torno da favela. Mesmo com os bloqueios feitos pela polícia no caminho da Vila Autódromo, milhares de pessoas participaram da manifestação que marcou os 20 anos da heróica resistência dos moradores da Vila Autódromo.