Holandeses defendem economia do bem no mundo pós-pandemia

Foto ilustrativa do youtube
Um grupo de 170 acadêmicos holandeses escreveu um manifesto em cinco pontos propondo a mudança econômica pós-crise da Covid-19 baseado nos princípios do decrescimento. A implementação dos pontos afetará para melhor a vida de 90% ou mais da população planetária, mas não será nada benéfica para a pequena parcela restante em termos individuais.

Logo de cara, a visão do desenvolvimento passa a ser do prisma social e não o econômico. Chega de aumentar o Produto Interno Bruto, a industrialização desenfreada e o consumismo sem lógica que não a publicitária. Os estados devem cuidar de seus habitantes buscando a sua felicidade e para isso praticamente todos os paradigmas terão de mudar, tarefa impossível nos países periféricos que seguem a ortodoxia capitalista dos Estados Unidos. Veja os cinco pontos defendidos pelos cientistas holandeses e tente discordar de algum deles:

1. Passar de uma economia focada no crescimento do PIB, a diferenciar entre setores que podem crescer e requerem investimentos (setores públicos críticos, energias limpas, educação, saúde) e setores que devem decrescer radicalmente (petróleo, gás, mineração, publicidade etc).

2. Construir uma estrutura econômica baseada na redistribuição. Que estabelece uma renda básica universal, um sistema universal de serviços públicos, um forte imposto sobre a renda, ao lucro e à riqueza, horários de trabalho reduzidos e trabalhos compartilhados, e que reconhece os trabalhos de cuidado.

3. Transformar a agricultura para uma regenerativa. Baseada na conservação da biodiversidade, sustentável e baseada em produção local e vegetariana, ademais de condições de emprego e salário justas.

4. Reduzir o consumo e as viagens. Com uma drástica mudança de viagens luxuosas e de consumo desenfreado, a um consumo e viagens básicas, necessárias, sustentáveis e satisfatórios.

5. Cancelamento da dívida. Especialmente de trabalhadores e donos de pequenos negócios, assim como de países do Sul Global (tanto a dívida a países como a instituições financeiras internacionais).

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