Na mesma semana em que o presidente Jair Bolsonaro respondeu “e daí? Quer que eu faça o que?” à pergunta sobre as cinco mil mortes causadas pelo novo vírus, mais de 6 mil vítimas fatais foram contabilizadas ontem, 30, no boletim diário das Secretarias de Saúde, que registrou 87.187 casos no país.
Desde 17 de março, quando foi registrada a primeira morte pelo vírus, o presidente aparece nos noticiários desdenhando do novo Coronavírus. Seja chamando de “gripezinha” ou que a comoção entorno do assunto não passava de histeria. Falas como essa, fizeram seus apoiadores e muitos empresários famosos ir contra a quarentena. Organizando, inclusive, carreatas a favor da normalização do comércio e da vida de modo geral.
Enquanto países vizinhos ao Brasil tem índices baixos de contaminação pelo coronavírus, por seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS. Em carta aberta lançada essa semana pelo Conselho Nacional de Saúde – CNS, em que afirma que “a fala do presidente prejudica todo o esforço nacional para que o Sistema Único de Saúde (SUS) não entre em colapso”. O Brasil ultrapassa a China – país onde começou a contaminação – em número de mortos, apenas dois meses depois do seu primeiro caso.