Conheci o deputado Onix Lorenzoni, do PFL gaúcho, na Câmara dos Deputados em Brasília, quando era âncora de programa diário da TV Câmara e ele era ilustre desconhecido nos corredores labirínticos do nosso legislativo nacional. Era mais um engomado com sotaque do Sul, reaça e chato como poucos. Por dever de ofício entrevistei-o várias vezes sempre com resultado nulo para o telespectador.
Pelo menos eu percebia assim, até vê-lo entronizado na Casa Civil com o mesmo ar empoado e besta de outrora. Não me surpreendi quando elogiou Pinochet no Chile e desfiou besteiras sobre a ditadura brasileira: confirmou o imbecil que eu conhecera quase duas décadas atrás, sem a velha máscara de democrata.
De besteira em besteira, Onix, o Lorenzetti, perdeu o assento para o general Braga Neto e foi pro lugar do Osmar Terra, na Cidadania. Os dois são gaúchos, que se entendam, mas tenho pra mim que Bolsonaro prometeu ao Osmar o ministério da Saúde e não pôde entregar por causa da fake news sobre o affair com a Michelle. Agora ele vagueia pela Esplanada dos Ministério qual “walking véi” de óculos na pandemia.
Mas a questão que me traz aqui é a nomeação do professor particular de inglês para a assessoria internacional do ministério da Cidadania pelo Corona – ops, Lorenzetti. Qual é o problema? O que tem ele nomear o rapaz para um cargo DAS-4, com dez mil reais por mês? É professor de inglês, trabalhou em ONG na África, tem currículo acadêmico…qual é o problema?
Pra começar, o problema é que Lorenzoni é um zero à esquerda; fosse o general Braga Moura que nomeasse o Calígula, o cachorro, assessor especial, todo mundo ia abrir a boca e engolir. Esse é o problema da hipocrisia pátria: quem a gente pode chutar, chuta; quem não pode, adula ou sublima.
“Deixa as pessoas!”, como se diz nas redes sociais! Muito pior seria nomear a “conje” (oi, Moro, beleza?) pra um cargo de assessoria em outro ministério…ou será que…? Deixa pra lá.