Vírus do golpe militar avança mais rápido que o da pandemia

Manifestantes pedem ditadura com Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios, neste domingo - Reprodução da TV Globo

Levantamento das Secretarias de Saúde estaduais do final deste sábado, 2, aponta 6.761 mortes e 97.100 casos confirmados de coronavírus no país até ontem. A rapidez da expansão da doença nos principais centros urbanos reforça a imposição de severas restrições à mobilidade social e desmente o discurso do presidente da república pelo fim do isolamento.

Neste domingo registraram-se manifestações em defesa do presidente Bolsonaro como líder de um golpe militar para fechar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal e implantar a ditadura proposta em atos desde o dia 19 de abril, em frente ao QG do Exército, em Brasília.

Alguns estados estão próximos ao colapso da rede hospitalar e crescem filas de espera por um leito de UTI. Em São Paulo, a partir de amanhã, 4, serão bloqueadas ao tráfego avenidas importantes da capital para dificultar a circulação de pessoas. O movimento na cidade preocupa autoridades, que tentam reduzir a curva de contágio para não sobrecarregar o sistema de saúde. A taxa de ocupação de leitos de UTI no estado está em 68,7% da capacidade, enquanto no Rio de Janeiro está em 92% e Pernambuco e Ceará têm 98% ocupados.

As interdições de vias públicas na capital paulista serão parciais: das 7h às 9h, na avenida Moreira Guimarães com Miruna (zona sul); Santos Dumont com avenida do Estado (zona norte); Radial Leste com rua Pinhalzinho (zona leste); e Francisco Morato com rua Sapetuba. Também haverá operações educativas, das 7h às 9h, na avenida Vital Brasil com rua Camargo e na avenida João Paulo I, altura do 2.868; ambas na zona oeste.