Agressor de enfermeiras em Brasília é lotado no ministério de Damares

Renan Silva Sena agrediu e cuspiu no rosto de manifestante em Brasília - Reprodução do Facebook

O bolsomínio que atacou enfermeiras e outros profissionais de saúde em manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na última sexta-feira, Dia do Trabalhador, foi identificado por imagens feitas no local como Renan da Silva Sena, empregado terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (afinal, por que não?) desde meados de março.

Ele parece ser analista de projetos do setor socioeducativo contratado pela empresa G4F Soluções Corporativas Limitada, titular de contrato de prestação de serviços operacionais e apoio administrativo no valor de R$ 20 milhões ao ministério de Damares Alves.

Na sexta-feira, cerca de 60 enfermeiros homenageavam 55 colegas mortos por coronavírus, quando envergando a camisa amarela e com uma bandeira nacional, Renan agrediu com xingamentos e empurrões duas enfermeiras que participavam do ato. Ele cuspiu ainda no rosto de uma estudante de medicina que tentou defender as profissionais de saúde.

Segundo informações apuradas pela Folha de S. Paulo, ele é engenheiro eletricista de formação e missionário da Igreja Batista Vale do Amanhecer, presta serviço, desde fevereiro, à SNDCA (Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), que coordena o Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), responsável pela execução de medidas destinadas a adolescentes em conflitos com a lei.

Sena é considerado por colegas de trabalho “como uma pessoa de trato difícil e insubordinada”. Desde meados de março até o dia em que agrediu as enfermeiras, ele alegou doença, não respondeu aos emails de seus superiores no ministério nem trabalhou. Mesmo assim, Renan participou de protestos por intervenção militar e golpe de estado.