Mantendo a economia local neste tempo de Covid-19

Feiras voltam a ser liberadas no Rio - Foto de arquivo

Muito tem sido falado nas principais redes de comunicação sobre os impactos negativos na economia, que a pandemia da Covid-19 tem causado. Impactos negativos nas pequenas, médias e grandes empresas e também nos profissionais autônomos e liberais. O Presidente da República insiste na medida do isolamento vertical, em que somente pessoas dos grupos de risco ficam em isolamento social.

Porém, não se sabe ao certo se esta medida é vantajosa para conter o aumento de infecções por COVID-19. Pois os jovens são considerados os principais vetores de transmissão da doença. Ou seja, eles podem estar contaminados e não desenvolver nenhum sintoma e passar o vírus para outras pessoas; contaminando diretamente ou por compartilhamento de objetos contaminados. Podendo assim, contaminar pessoas do grupo de risco que podem também não desenvolver nenhum sintoma ou sintomas leves e se tornarem próximos vetores de transmissão.

Além disso, o isolamento vertical com o comércio em funcionamento normal pode induzir a uma maior concentração de pessoas nas ruas. Podendo aumentar o número de contaminados pela vírus. Isto, sem falar nos casos de pessoas que fazem parte do grupo de risco e ignoram as medidas o isolamento social ou não sabem que fazem parte do grupo de risco por falta de conhecimento.

Além domais, não existe uma vacina para o novo COVID-19 no Brasil. As que existem, estão em fases de testes e devem demorar um tempo para serem comercializadas. Até lá, os meios mais seguros para a saúde são o isolamento social, uso de máscaras e álcool em gel 70% e higienização de ambientes e objetos de uso.

Como manter a economia local?

Logo, diante deste cenário de pandemia é inevitável que ocorra diminuição nas vendas nos comércios e diminuição do lucro das empresas, em virtude de uma menor quantidade de pessoas nas ruas efetuando compras. E que infelizmente, para que as empresas consigam sobreviver possam tomar medidas extremas como a demissão de funcionários e/ou aumento nos preços dos produtos.

Além disso, os profissionais autônomos e liberais também sofrem justamente por não contarem com recursos das empresas como funcionários, linhas de crédito e recursos de tecnologia de forma organizada.

No entanto, algumas empresas, profissionais liberais e autônomos têm unido forças para encontrar e executar alternativas para vender e entregar os seus produtos aos clientes de maneira segura. Inclusive fazendo uso de ferramentas de tecnologia e unindo forças com os vários setores econômicos, trabalhando de maneira colaborativa. Utilizando seus próprios serviços de entrega ou contratando serviços de entrega de terceiros.

Redes Sociais para divulgação

Entre as alternativas tecnológicas estão uso de sites de compra e venda de produtos como o Mercado Livre, Shopping UOL e OLX. Onde os vendedores tem colocado fotos, vídeos e informações dos seus produtos para que possíveis clientes tenham acesso e possam fazer suas compras com várias opções de pagamento. Inclusive tendo a possibilidade de compra parceladas sem juros e frete grátis.

Redes Sociais como Facebook, Instagram também tem sido utilizadas para venda de produtos. No Facebook é possível criar páginas comerciais com fotos e informações de produtos e opções de pagamento. Além disso, o cliente pode entrar em contato pelo Messenger para obter mais informações. No Instagram, o usuário pode criar uma conta comercial e divulgar fotos, vídeos e informações dos produtos. Colocar opções de pagamento, promoções e também poder entrar em contato por mensagens via Direct.

Além disso, estes dois aplicativos podem ser vinculados em uma única conta comercial. O usuário ainda pode usar os Stories para divulgar seus produtos, parcerias, sorteios, promoções e muito mais. Divulgando informações por meio de fotos e vídeos.

O Whastapp também está sendo usado para vender produtos e conversar com o cliente. Pequenas empresas, profissionais liberais e autônomos estão usando o Whatsapp para divulgar seus produtos e serviços. Usando status do Whatsapp para divulgar vídeos, fotos, promoções, opções de pagamento e etc. Vendedores também criam grupos no Whatsapp com os seus cliente fidelizados. Grupos no Whatsapp estão sendo criados com vendedores que possuem serviços e/ou produtos em comum. Outros grupos estão sendo solidários, divulgando produtos e/ou serviços de vendedores que não sabem usar as redes sociais.

Cooperativas e colaborações empresariais ou autônomas.

Outras alternativas são as cooperativas de empresas, profissionais autônomos e liberais. Onde, eles tem se unido para tentar integrar serviços e/ou produtos em comum. A ideia é que os clientes possam comprar vários produtos ou contratar serviços em um único lugar; aumentando a confiança e fidelização do cliente.

Podemos destacar também as cooperativas de consumo que são associações que visam prover os seus cooperados por meios de compras em comum para uso doméstico. Desse modo, os associados podem negociar descontos e participar de todas as decisões da cooperativa.

Outra alternativa são de empresas e/ou profissionais autônomos e liberais que tem disponibilizado seus sites, de forma gratuita ou paga; para que outras empresas e/ou profissionais possam divulgar seus produtos e/ou serviços. A ideia é ajudar as empresas e profissionais que não tem ou não sabem utilizar plataformas digitais como sites, por exemplo.

Formas para pagamento e entrega de produtos

Também, profissionais liberais para diminuir ou reduzir o contato com as pessoas, tem priorizado algumas de pagamento. Entre elas estão: depósito bancário e transferência para contas de bancos físicos ou virtuais (NuConta, PagBank, PicPay, MercadoPago e etc). Outra alternativa são as máquinas de cartão de crédito como Moderninha, Minizinha e SumUp, para não ter contato com dinheiro impresso que possa estar contaminado.

Além disso, os vendedores também tem optado por vários serviços de entrega. Entre os serviços convencionais estão os serviços dos correios. Alguns vendedores tem optado por serviços terceirizados de entrega como a Jadlog, por exemplo. Outros vendedores tem optado por contratar profissionais liberais que prestam serviços de entrega. E outros vendedores tem feito as suas próprias entregas de mercadorias por meio do uso de veículos particulares.

É preciso ressignificar a economia

É importante observar que, mesmo no tempo da pandemia do COVID-19, existe iniciativas boas acontecendo para circulação da economia. Iniciativas nas economias locais, regionais e nacionais. Além disso, tem ajudado a fortalecer a solidariedade e a fraternidade entre as pessoas.

Também é importante destacar que apesar de alguns setores da economia os vendedores terem tido baixa em suas vendas, outros vendedores tem tido alta. Por exemplo, empresas e profissionais que trabalham com produtos na área de higiene e limpeza como: máscaras industriais ou artesanais, produtos químicos e desinfetantes. Prestadores de serviços autônomos/liberais no ramo de higiene e limpeza também tem tido uma maior demanda pelos os seus serviços.

Assim como a indústria de lazer e entretenimento também tem se destacado. Para pessoas que estão em isolamento social e estão tentando diminuir a ociosidade e os impactos emocionais e psicológicos causados pelo isolamento social. Além domais, indústria no ramo de lazer e entretenimento tem disponibilizado bens e/ou serviços de forma gratuita.

No geral, podemos perceber que é possível manter a economia funcionando quando aplicando outras alternativas para compra e venda de produtos e serviços. Além disso, estas alternativas tem ocasionado uma conduta econômica mais solidária, colaborativa e sustentável; tornando assim as pessoas mais humanas.

Porém, é importante destacar que estas atitudes não devem se limitar a serem usadas somente nos tempos de pandemia. Mas, devem ser estendidas para além dos tempos de pandemia e se tornarem condutas comuns, utilizadas no cotidiano dos comerciantes. Somente assim, conseguiremos perceber que realmente aconteceram transformações sociais e de pensamentos.