O número de mortes e hospitalizações por coronavírus na Bahia pode ser maior do que o constatado pelo poder público, porque a maioria das pessoas que morreram não tiveram identificado o agente causador dos sintomas. O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde registra 241 mortes por problemas respiratórios entre os dias 1º de janeiro e 28 de abril. Deste total, contudo, apenas 77 tiveram a causa identificada: 61 foram causadas pela Covid-19, 13 por vírus do tipo gripe comum, nove por outros vírus respiratórios e três por outros agentes causadores de problemas respiratórios.
Outras 139 mortes por síndrome respiratória aguda grave não tiveram a causa identificada. Ou seja, nenhuma doença foi identificada após a realização de testes com amostras dos pacientes que morreram. Até 28 de abril, ainda havia 28 mortes sob investigação.
A proporção é que, de cada dez mortes por problemas respiratórios anotadas na Bahia neste ano, seis não tiveram a causa identificada. No ano passado, a proporção de testes negativos foi semelhante. O que mudou foi a proporção de casos de síndrome respiratória aguda grave.
O número de internações por problemas respiratórios graves na Bahia é cinco vezes maior do que o registrado no mesmo período ano passado. Entre 1º de janeiro e 28 de abril de 2019, foram notificados 401 casos de pacientes com problemas respiratórios graves, número que saltou para 1.957 no mesmo período deste ano.