A América Latina é o epicentro da pandemia e o Brasil é o país que mais preocupa, na opinião do diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde, Michael Ryan, em entrevista pela internet nesta sexta, 22. O país bateu novo recorde de mortes entre quarta e quinta-feiras, e foi o que contou mais mortes que qualquer outro no mundo, 1.188. No total passam de 20 mil as mortes brasileiras na pandemia, com 310.087 casos confirmados até ontem, atrás apenas dos EUA e da Rússia.
O Imperial College de Londres, que também acompanha a evolução global do coronavírus, diz que a transmissão da doença continua acelerando no Brasil. A taxa de contágio (Rt), que indica para quantas pessoas em média cada infectado transmite o coronavírus, foi calculada em 1,3 (quando está acima de 1, a transmissão está fora de controle).
Sobre a pandemia no Brasil, Michael Ryan afirmou que, embora o maior número de casos seja em São Paulo, o cenário mais grave é do Amazonas, “com uma taxa bem alta”. O estado tem 490 pessoas infectadas por 100 mil habitantes, o mais alto índice nacional.
O diretor-executivo mencionou a aprovação pelo Brasil do uso de cloroquina para o tratamento de Covid-19, ressaltando a falta de evidências de que seja eficaz para combater a doença.