O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, atacou hoje, 22, o pedido de apreensão dos celulares do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, Carlos Bolsonaro, feito pelo PDT, PSB e PV em notícia-crime enviada ao Supremo Tribunal Federal e encaminhada pelo ministro Celso de Mello à Procuradoria-Geral da República para avaliação. Heleno disse, em nota que o pedido é “inconcebível e, até certo ponto, inacreditável”. O ministro considerou que a medida seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência de outro poder na privacidade do presidente da República e na segurança institucional do país.
A reação do ministro soa como ameaça ao estado de direito, na medida em que acena com a ruptura da ordem institucional do país. O objetivo da varredura nos celulares é avaliar se ele está comprometido com as várias acusações que lhe são feitas por opositores e por ex-aliados, estas sim, que sugerem um golpe do presidente em benefício próprio e de seus filhos investigados pela Polícia Federal e por CPI do Congresso.
Mas a revelação de suas conversas telefônicas não é o único problema de Jair Bolsonaro, agora que o ministro Celso de Mello, do STF, determinou a liberação na íntegra da gravação da reunião ministerial de 22 de abril. Nela, além de ameaçar Moro e outros ministros, Bolsonaro falou mal da China e ouviu seu ministro da Educação, Abraham Weintraug xingar os 11 ministros do Supremo.