O presidente norte-americano Donald Trump anunciou hoje, 24, o fechamento da fronteira aérea com o Brasil. Com a medida, voos do Brasil para os EUA estão proibidos em nome do risco de mais expansão do coronavírus por visitantes do país que sobe assustadoramente nos boletins internacionais da pandemia e corre o sério risco de assumir a ponta dos índices mundiais nos próximos 15 dias.
O primeiro sinal de que o Brasil poderia sofrer restrições aéreas foi a audiência de Trump com o governador da Flórida Ron De Santis em 28 de abril, quando falaram sobre a situação de Miami, destino preferencial da classe média brasileira nos Estados Unidos. Nada ficou decidido, então, mas o alerta foi entendido e as medidas chegaram quase um mês depois. No mês passado o Brasil ainda aparecia entre os países com sérias preocupações no combate à pandemia.
O anúncio de hoje quase coincidiu com a divulgação da reunião ministerial de 23 de abril, quando o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin lhe recomendou que o Brasil continuasse no caminho em que está, enfatizando que Trump gosta do presidente brasileiro, “o que não acontecia antes”.
O bloqueio aéreo isola mais o Brasil no contexto mundial da pandemia e seu presidente é visto cada vez mais como um empecilho à recuperação da saúde internacional, sobretudo por suas postura negacionista e os seguidos sinais de distúrbios de personalidade – conhecidos pelo Exército desde a década de 1980, quando Bolsonaro planejou atentados a bomba em protesto contra os soldos.
Como hoje e domingo, dia dedicado aos passeios presidenciais contra o isolamento social, o governo ainda não comentou a providência dos Estados Unidos, mas é possível algum comentário de Bolsonaro até o fim do dia, nem que seja o já conhecido “E daí?”