O Brasil está fora do conjunto de mais de 50 países e entidades mundiais reunidos neste semana para traçar a estratégia comum de recuperação sustentável do mundo pós-pandemia. Organizado pelas Nações Unidas, o encontro foi liderado por Canadá e Jamaica e dele também participaram Banco Mundial, FMI e outras instituições. Argentina, Haiti, Costa Rica e Colômbia, França, Alemanha, Japão e Reino Unido estão entre os países que farão parte do debate. Para participar do encontro, países teriam de ser representados pelo chefe-de-estado ou de governo. Todos, inclusive Jair Bolsonaro, foram convidados, mas nem ele nem Donald Trump se manifestaram.
O Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, classificou a reunião como “o maior evento” entre chefes de estado e de governo desde o começo da pandemia e afirmou que “recusar a gravidade é arrogância”, referindo-se a governantes que ignoram o alcance global da pandemia. Há duas semanas, em outra reunião das Nações Unidas, o chanceler brasileiro Ernesto Araújo sugeriu o termo “multilateralismo” deixasse de ser usado, já que ele implicaria uma “ideologia”.
O Brasil acredita numa nova ordem internacional pós-pandemia construída a partir de cinco ou seis países. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, com Bolsonaro, ele afirmou que está seguro de que o Brasil fará parte das novas potências que vão redesenhar o mundo. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro tampouco participou da Assembleia Mundial da Saúde, espaço ocupado pela Colômbia e Paraguai. Procurado, o Itamaraty não explicou se Bolsonaro foi ou não convidado. Em abril, o governo ficou ainda de fora de uma aliança internacional para o desenvolvimento de uma vacina.
(Com informações de Jamil Chade/UOL)