O Itaquerão começou a ser construído em maio de 2011, em uma parceria entre o clube do Corinthians, a incorporadora Odebrecht (que receberam um empréstimo do BNDES de R$ 400 milhões), a prefeitura de São Paulo (que vai emitir R$ 450 milhões em títulos de isenção fiscal) e Governo do Estado de São Paulo, que deve apoiar com uma verba em torno de R$ 70 milhões para o aluguel e montagem de arquibancadas provisórias, aumentando a capacidade do projeto original, que era de 45 mil lugares, para 68 mil – exigência da Fifa para que a arena pudesse sediar a abertura da Copa de 2014.
O estádio e o conjunto Cingapura-Goiti ficam igualmente perto da estação Corinthians-Itaquera do metrô – ambos a cerca de 15 minutos de caminhada. Como até o momento não há hotéis na redondeza, o local com melhor vista para o estádio é justamente o conjunto de prédios do Cingapura-Goiti. Eu já tinha ouvido boatos sobre moradores da região do Itaquerão que queriam alugar seus imóveis por preços exorbitantes durante a Copa, em 2014. Em um passeio de bicicleta pela região, foi um dos torcedores assíduos do Corinthians, que acompanham diariamente a construção do sonhado estádio, que me confidenciou: “Diz que vai alugar lá por 20 mil reais na época da Copa”.
Fui atrás desse boato quando visitei o Cingapura-Goiti pela primeira vez. Mas foi quando já estava em minha quinta ida ao local que conheci Lauro, morador do bloco 7 (o nome é fictício). “Eu já fiz negócio, já”, contou Lauro com o tímido olhar escondido pela aba do boné e um escorregadio sotaque mineiro. “A prima do meu cunhado tem um parente que mora lá em Londres, Inglaterra, sabe? Ela que fez negócio pra mim, pela internet, vou alugar por 20 mil reais na Copa”, afirmou.
Lauro é morador do Cingapura-Goiti desde que o conjunto de habitações populares foi entregue, em 1999. Ele morava na comunidade da Favela Goiti, junto com outros três irmãos, em um puxadinho construído nos fundos da casa dos pais. “Quando a assistente social falou que íamos ganhar o apartamento do Cingapura, eu duvidei”, conta ele. “Só acreditei mesmo quando a gente recebeu as chaves e veio para cá”, completa. Lauro recebeu um apartamento “no cimento”, como ele diz, sem acabamento. Com o passar dos anos, foi revestindo as paredes, colocando portas privativas nos quartos e mobiliando os cômodos.
“Esse Lauro tem mais de dois metros de garganta”, alertou-me Josias, outro morador do Cingapura-Goiti.
Ainda que Lauro possa ter inventado a história do negócio que fechou, seria assim tão difícil alugar os apartamentos do Cingapura na época da Copa pelo preço sugerido por ele? Fato é que a proximidade em relação ao estádio e a ausência de hotéis na região instigaram várias mentes, além da de Lauro, com a ideia de alugar os apartamentos do Cingapura em 2014.
Periferia?
Chegar em Itaquera, com a linha Amarela do metrô, leva 40 minutos partindo da Avenida Paulista, e com baldeação para a linha vermelha do metrô. A estação terminal Corinthians-Itaquera tem vista para as arquibancadas já delineadas do Itaquerão, que subiam a cada vez que eu visitava a região. Na saída estão o Poupatempo e o Shopping Itaquera. Dentro do complexo de lojas a primeira coisa que se avista é o Coiffure Lohan, um cabeleireiro que cobra R$ 32 para lavar e cortar. Há um ano, o valor do mesmo serviço era R$ 12. “É o efeito Itaquerão”, disse-me a frequentadora Rosana.
Saindo do estacionamento do Shopping Itaquera, há uma faixa de pedestres para atravessar a Radial Leste que conduz até o portão de entrada do Cingapura-Goiti, que ocupa 2 quarteirões com 13 edifícios.
O conjunto possui dois pátios, ambos com pracinhas centrais, uma quadra esportiva e dois playgrounds. Enquanto caminhava entre os prédios eu atentava para a quantidade de cheiros diferentes, que denunciavam a péssima qualidade dos canos da rede de coleta de esgoto, a preferência invariável por água sanitária como produto de limpeza e a insistência em usar caldo de galinha industrializado no preparo de qualquer que fosse o alimento.
Parei em frente ao bloco 2. Tentei tocar o interfone, mas a estreita distância entre as barras do portão deixou evidente que ele não foi pensado por um arquiteto – meu braço só passou até o pulso e tive que fazer força para alcançar o botão 22, que apertei aleatoriamente. Maurícia, a síndica e dona de casa, me atendeu e deixou subir – receptividade que se repetiria com todos os moradores do Cingapura-Goiti que procurei.
Condomínio Fechado
Na sala, piso azulejado, sofás amarelos arredondados e uma televisão de tubo com tela plana de 40 polegadas. “O bloco 2 é o melhor para morar aqui”, garantiu ela. “É o único que está sempre com os portões fechados, onde ninguém entra sem ter autorização”, explicou. Pergunto se os outros blocos não são seguros. “Aqui é tudo meio bagunçado, mas agora, com essa reforma da prefeitura eles querem transformar em condomínio fechado, e a gente vai ficar mais seguro”, responde ela.
Maurícia refere-se ao projeto 3R, Programa de Regularização, Recuperação e Revitalização dos empreendimentos de habitações populares entregues nos anos 90, entre os quais estão os conjuntos do projeto Prover (Programa de Verticalização de Favelas), nome com o qual a gestão José Serra tentou rebatizar o Cingapura, sem sucesso – todo mundo continua chamando pelo nome antigo.
As obras são coordenadas pela Secretaria Municipal da Habitação e incluem pintura, paisagismo, criação de áreas de lazer e cobertura nas garagens, com o objetivo de revitalizar os conjuntos e comercializá-los. O projeto inicial do Cingapura previa que os moradores tivessem apenas um Termo de Permissão de Uso (TPU) dos imóveis, mas a inadimplência no pagamento das taxas de TPU (que no Cingapura-Goiti custa R$ 57 por mês), a degradação das áreas de lazer e a comercialização informal desses imóveis levou a Secretaria da Habitação a optar por vendê-los. O valor das unidades do conjunto Goiti ainda não foi definido, mas os apartamentos de outros Cingapuras têm sido comercializados por uma média de R$ 70 mil, com financiamento pela Caixa Econômica Federal.
“O Cingapura foi uma evolução do que começamos na gestão da [Luíza] Erundina”, explica o urbanista Nabil Bonduki, que trabalhou na Secretaria Municipal da Habitação durante o mandato da ex-prefeita, de 1988 a 1993. Nabil conta que coordenou projetos de urbanização das favelas de São Paulo na época. “Quando a urbanização era inviável, desenvolvemos a solução de verticalização das favelas, com a construção de conjuntos habitacionais”, conta o urbanista.
“Mas quando o Maluf assumiu, em 94, ele parou com a urbanização e só levou a verticalização adiante, criando o projeto Cingapura”, conclui. “Como esses blocos eram construídos sem nenhum planejamento de desenvolvimento econômico da região e sem a capacitação profissional de seus moradores, acabou sendo muito comum a comercialização dos imóveis”, avalia.
Maurícia integra a parcela de moradores do Cingapura Goiti que não adquiriram o TPU originalmente. Ela comprou o seu em 2002 por R$ 14 mil. “Para passar o TPU para o nome do novo proprietário, a gente faz um contrato ‘de gaveta’, reconhece firma e leva na Central de Habitação”, explicou.
Em uma das primeiras negociatas desse tipo feitas no Cingapura Goiti, no final de 1999, o antigo permissionário preparou um contrato de venda com a ajuda de um amigo advogado. Esse contrato virou o modelo usado em negociações dali para frente e é o mesmo até hoje, os moradores só mudam os nomes, imprimem e assinam.
“No começo, teve gente que vendia o apartamento por 2, 4 mil reais”, conta Maurícia. Na minha primeira visita, em maio de 2012, as unidades à venda no Cingapura-Goiti já tinham saltado para R$ 80 mil. Na última, em julho de 2012, o preço já batia a marca dos R$ 150 mil.
Parte dessa valorização aconteceu pelos novos equipamentos públicos do entorno. Quando foi entregue, o Cingapura Goiti ficava separado do metrô Corinthians-Itaquera por um lixão e era cercado por uma antiga linha de trem, que em 2002 foi desativada para a construção da Radial Leste. Em 2000 a estação de linha vermelha do metrô ganhou um Poupatempo e em 2007 o lixão foi removido para a construção do Shopping Itaquera. “Mas nada valorizou isso aqui tanto como esse estádio aí, ainda mais com a Copa”, afirma Maurícia.
Segundo Nabil, a venda dos Título de Permissão de Uso , a rigor, não poderia acontecer, mas o poder público é conivente com a venda de habitações populares. “Quando há investimentos em uma área da cidade e ela começa a se desenvolver economicamente, ficar mais urbanizada, os pobres que moram lá começam a ser vistos como uma ‘anomalia’, como se não merecessem morar em um lugar bom da cidade”, teoriza Nabil.
“Nesse sentido, a venda de habitações populares e a mudança do padrão dos moradores para classes menos pobres é vista com bons olhos porque infelizmente ainda prevalece na nossa sociedade a lógica da senzala, em que ricos e pobres devem viver segregados”, lamenta Nabil. “Ao contrário, manter pessoas ricas e pobres morando próximas seria uma ótima solução urbanística para São Paulo”, afirma o urbanista, que é candidato a vereador municipal pelo PT. “Barateia o preço da mão de obra, diminui a necessidade de deslocamentos longos pela cidade e garante que moradores de baixa renda tenham acesso a equipamentos públicos de lazer e a estudos, para que eles também possam evoluir”.
“Com esse projeto dos 3R está tudo mudando por aqui”, conta Aldemar, síndico do Bloco 8. Ele explicou que, além de cercar todo o entorno do Cingapura, transformando-o em um condomínio fechado, a obra também colocou grades na parte de cima dos nichos onde ficam os butijões de gás, porque, segundo Aldemar, “muita gente usava esses espaços como cama para namorar”. Dois playgrounds foram construídos, a quadra recebeu nova pintura e guaritas foram criadas nas duas entradas do conjunto habitacional. Por enquanto, as guaritas ainda ficam vazias e os portões abertos. Na prática, as ruas e pátios internos do Cingapura continuam a ser espaços públicos de passagem e permanência da população do entorno. “Vai ser uma transição, entende? A gente vai ter que contratar uma administradora para tocar aqui o condomínio”, explica Aldemar.
A taça do Mundo é nossa
“Todo mundo quer achar um jeito de se dar bem com a Copa”, afirma Isná, síndica do Bloco 4. “Para você ter uma ideia, um homem me procurou para comprar um apartamento que tem à venda aqui no meu bloco para fazer um depósito de caixas de isopor, carrinhos, tudo para ser vendedor ambulante lá na porta do Estádio”, conta. Mas Isná está incerta sobre o futuro do Cingapura Goiti. “A gente não sabe o que vai acontecer depois dessa reforma toda. O comércio nos apartamentos, por exemplo, deve ficar proibido”, pondera ela. Pergunto se hoje em dia o comércio é permitido por lá. “Na verdade não tem muita regra, sabe, a gente não tem um Regimento Interno, aqui cada um faz o que quer”, responde Isná. “No Bloco 1, por exemplo, tem uma senhora que vende salgadinhos, outra tem um monte de geladeiras em casa e vende refrigerante, você interfona, pede o que quer e ela entrega na porta; lá no Bloco 7 tem uma mini confecção de roupas, no 2 tem uma senhora que vende Jequiti [uma marca de cosméticos do Grupo Sílvio Santos]; e no 9 tem até um cabeleireiro”, conta ela. Surpresa, decido sair de lá e cortar o cabelo.
Cícera é sócia de Cleinha no salão montado no apartamento 22, que oferece serviços de lavagem, corte, manicure e depilação. O apartamento padrão do Cingapura Goiti tem dois quartos, sala, cozinha e banheiro. A sala virou recepção, um dos quartos é usado para cortar, o outro para depilação. Enquanto aguardava minha vez na sala de espera, ao som de uma versão em português e em ritmo de forró da música “Oh Carol”, escutei um diálogo entre mãe e filha na sala de depilação. “Tem que pagar a moça pra depilar, mãe?”, disse uma voz infantil. “Minha filha, a única coisa que a gente ainda não paga nessa vida é o ar”, respondeu a mãe, desanimada.
Lavei e cortei meu cabelo com Cleinha por dez reais, enquanto puxava conversa sobre a construção do Itaquerão. “Por enquanto a vida aqui continua a mesma, mas depois que o estádio estiver pronto, aí sim vai mudar tudo”, afirma a cabelereira. Pergunto se para melhor ou pior. “Ah, vai virar uma zueira de torcedor aqui que não quero nem ver”, reclamou, enquanto dividia minunciosamente meu cabelo para o corte. Se realmente houverem estrangeiros hospedados no Cingapura-Goiti durante a Copa, eles não poderão usufruir do salão, que será desmontado em janeiro de 2013 para que o filho de Cleinha ocupe o apartamento. Ainda assim, a cabeleireira planeja uma reforma no apartamento para a possibilidade de hospedar torcedores durante o evento de 2014.
“Todo mundo quer alugar o apartamento para a Copa, disso não tem dúvida, mas antes tem um monte de coisas que a gente precisa organizar aqui”, diz Eliseu, síndico do Bloco 11. Ele explica que um dos planos dos síndicos é colocar um portão elétrico, para controlar a entrada de quem não for morador. “Mas a gente nem sabe direito quem é morador aqui, precisaria fazer um ‘censo’ mesmo, cadastrar todo mundo, para daí contratar uma administradora e regularizarmos tudo”, explica ele.
“Só que aí entram alguns problemas”, contrapõe Edvânio, amigo de Eliseu e síndico do Bloco 12. “Com todas essas mudanças, a gente vai ter que regularizar tudo e a dona Maria, por exemplo, que varre o nosso Bloco três vezes por semana, teria que ser contratada direitinho, tudo formalizado” pondera ele. “O problema é que a gente nem tem empresa aberta, então teríamos que ‘tercerizar’ o serviço”, explica. Edvânio está preocupado com os gastos que o condomínio terá se todas essas mudanças forem adotadas. Hoje, além da TPU de R$ 57, os moradores do Cingapura-Goiti pagam um valor de condomínio, que varia de bloco para bloco mas fica em torno dos R$ 50. “Se tudo isso mudar, esse valor vai chegar a pelo menos 150 reais, e vamos acabar excluindo as pessoas mais pobres, que vieram da favela e estão aqui desde o começo”, explica Edvânio.
“O pessoal que veio da favela já tem dificuldade de pagar os 50 reais, que dirá 150”, completa Eliseu. “Mas aí, por outro lado, sem essa organização, fica difícil a gente fazer um esquema seguro para a época da Copa, cada um vai querer cobrar um preço, vai misturar gringo com os ‘nóias’ que moram aqui e vai acabar virando confusão”, pondera. “Outro dia mesmo, teve pancadão aqui no pátio e eu chamei a polícia”, conta Isná. “Mas os policiais me disseram por telefone que como aqui agora era condomínio fechado eu teria que ir lá autorizar a entrada deles pelo portão”, explica. “Só que se eu fizesse isso, ia ter tiro e pedrada na minha janela!”, conclui.
“É por essas questões que a gente está pensando direitinho em como vai ser com essa coisa da Copa”, explica Eliseu. Segundo ele, os síndicos têm conversado para tentar estabelecer um valor fixo de aluguel no condomínio na época do evento. Como os moradores do Cingapura receberão a escritura dos imóveis após a implementação do projeto 3R (no primeiro semestre de 2013), a operação de aluguel dos apartamentos será legalizada. “Nós queremos combinar um preço para que as coisas aconteçam de forma mais organizada e todo mundo saia ganhando igual”, pondera Eliseu. Enquanto essas questões se desenrolam, Eliseu, sempre que pode, vai até a obra do Itaquerão buscar um pouco de barro do terreno. Ele é prestador de serviços em transportadora no interior de São Paulo e sempre que vai trabalhar leva consigo vidrinhos com terra do Itaquerão. “Vendo cada um por 10 reais”, conta ele, gargalhando.
Despedi-me de Elizeu e Edvânio e saí pelo pátio interno do Cingapura-Goiti. Sentei-me no playground dos fundos e fiquei observando as crianças brincando sem nenhum adulto por perto. Um garoto estava de pé no balanço enquanto dois tentavam empurrá-lo o mais forte que conseguiam. Um terceiro ficava de fora jogando pedras para o alto, tentando acertar o garoto do balanço, que desviava gritando “vai, coríntia”. Lá pelo terceiro grito o hino do Corínthians soou absoluto, potencializado por enormes caixas de som em um apartamento do bloco 3, deixando até meus pensamentos inaudíveis. Na janela apareceu dona Margareth, com os olhos azuis serenos e um sorriso fixo nos lábios. No dia anterior o timão tinha conquistado, pela primeira vez, o sonhado título de Campeão da Copa Libertadores da América e ela ainda se deliciava com a vitória.
Margareth é uma das moradoras que está no Cingapura desde o começo. Seu marido trabalhou na construção do Itaquerão, mas foi dispensado quando as atividades feitas com trator – sua especialidade – foram concluídas. Desempregado, ele viajou para o interior em visita à família e conseguiu uma vaga em uma fazenda por lá. Agora, Dona Margareth quer vender seu apartamento no Cingapura para se juntar ao marido.
– O que a senhora acha desses gringos que virão aqui para o estádio?
– Gregos?
– Não, gringos.
Silêncio.
– É o que esse negócio de “gringos”? – perguntou-me ela.
– Gringos, essas pessoas que vêm de fora do Brasil – esclareci.
– Eles vem só para ver o campeonato paulista?
– Não, dona Margareth, para a Copa.
– A Copa vai ser aqui nesse estádio?! – perguntou-me ela, surpresa.
– Vai sim – confirmei.
Mais uma vez, silêncio.
– E tem bastante dinheiro esses gringos aí que você falou? – indagou ela.
Se Dona Margareth é de uma ingenuidade marcante, e está longe de saber o valor do imóvel que tem nas mãos, esse já não é o caso de Eliete, síndica do Bloco 11. Ela trabalha como faxineira em escritórios da região da avenida Faria Lima, em São Paulo. Como mora no sexto andar do Cingapura, tem uma das melhores vista do estádio. “Me falaram que deu na internet que vai alugar aqui por 80 mil para a Copa”, conta ela. “Mas na hora de alugar vai ter que tirar tudo aqui de casa, as coisas de valor, DVD, porque não dá para confiar assim em qualquer um”, pondera Eliete. Seu plano é esperar pelo evento para alugar seu apartamento e depois “vender para um corintiano bem roxo”.
* Natália Garcia é autora do projeto Cidades para Pessoas. Esta reportagem foi realizada através do Concurso de Microbolsas de Reportagem da Pública. Outras reportagens financiadas pelo concurso – com o apoio da Fundação Ford – serão publicadas durante este mês.
Fonte: Pública – AGÊNCIA DE REPORTAGEM E JORNALISMO INVESTIGATIVO