A principal queixa do presidente Jair Bolsonaro decorrente da operação policial dos atos antidemocráticos que mobiliza a Polícia Federal em vários pontos do país é a suposta “criminalização do bolsonarismo”. É nisso que ele e seus seguidores acreditam piamente, numa orquestração de magistrados, procuradores, policiais, todos comunistas esquerdopatas aliados à imprensa-lixo para acabar com Jair Bolsonaro. O curioso é constatar que há dois anos, em 2018, a operação semelhante chegava ao clímax depois de quatro anos de Lava Jato prendendo, perseguindo e enxovalhando o Partido dos Trabalhadores, em benefício de quem? Jair Bolsonaro.
Pois hoje, 16, a Polícia Federal partiu cedo com mandados de busca e apreensão solicitados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Os alvos são aliados do presidente da república, têm o objetivo de instruir o Inquérito que investiga a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos suspeitos das práticas antidemocráticas. Entre eles estão um advogado e um marqueteiro ligados à Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro tenta criar desde sua saída do PSL, no final do ano passado. No total são cumpridos 21 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Uma linha de apuração neste inquérito, segundo a PGR, busca esclarecer se os investigados se articularam com parlamentares e outras autoridades com prerrogativa de foro no STF ”para financiar e promover atos que se enquadram em práticas tipificadas como crime pela Lei de Segurança Nacional (7.170/1983)”. Em uma rede social, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), disse ser um dos alvos das buscas da PF. “Polícia Federal em meu apartamento. Estou de fato incomodando algumas esferas do velho poder”, disse. Policiais vasculham o gabinete de Daniel na Câmara, o apartamento funcional em Brasília e sua residência no Rio.
Agentes federais também cumprem mandados em endereços de um blogueiro, do advogado Luís Felipe Belmonte, um dos responsáveis pela montagem da Aliança, e do marqueteiro Sérgio Lima, também do partido que Bolsonaro pretende criar.
O empresário Otávio Fakhoury é outro alvo da operação. Ele e o blogueiro Allan dos Santos já tinham sofrido busca e apreensão no inquérito das fake news, também sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Em São Paulo as empresas de tecnologia Novo Brasil Empreendimentos Digitais e a Inclutech Telecnologia da Informação também são vasculhadas.
Na segunda (15), no âmbito do mesmo inquérito sobre protestos antidemocráticos, a arrivista Sara Winter, do grupo armado de extrema direita 300 do Brasil, foi presa após operação da PF, em Brasília.