Enquanto Weintraub não cair, o Supremo não esquecerá dos “11 vagabundos”

Ministros do Supremo querem a cabeça de Weintraub na bandeja - Foto Rede Brasil Atual

Com uma série de pendências nas mãos da justiça, o governo Bolsonaro tenta contemporizar sua irritação com os magistrados, mas o viés autoritário do presidente e da turma que o cerca tem contribuído para a adoção de um discurso ambíguo, por vezes, vazio de significado, o que vem irritando os ministros do Supremo Tribunal Federal.

Ontem, 15, Bolsonaro pediu à sua equipe que evite criticar publicamente o tribunal para não intensificar o tensionamento, depois do ataque com fogos de artifício ao prédio do STF no fim de semana. Ministros do Supremo cobram a demissão de Abraham Weintraub da Educação, que já se referiu aos integrantes do STF como “vagabundos”. O gesto “mais enfático”, no entanto, enfrenta firme oposição da ala governista em defesa do ministro, com olavistas, militares e os filhos 01, 02 e 03.

Por isto, também, Bolsonaro acena para sua base ideológica e diz que não é possível apagar o passado e ignorar episódios em que, na avaliação de Bolsonaro e assessores, o Judiciário passou dos limites.​ Essa avaliação tem respaldo, inclusive, de ministros militares, mas estes só não consideram excessiva a sua própria intervenção na vida civil do país.

O presidente do Supremo, Dias Toffoli, em live organizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros na semana passada disse, dirigindo-se “diretamente e em especial” ao chefe do Executivo, que “não é mais possível atitudes dúbias”. Interlocutores que fazem a ponte Planalto-Supremo já falaram aos ministros que Weintraub está saindo do governo, mas elaa não sai, e até que isso ocorra, a tendência, avaliam aliados do governo e ministros do STF, é que a relação entre Judiciário e Executivo siga entre altos e baixos.