Em meio à pandemia e ao isolamento social, a internet se transformou na principal peça para se ter acesso aos conteúdos oferecidos nas escolas, pré-vestibulares e universidades. Mas nem todos conseguem ter amplo acesso a internet. Pensando nisso o Núcleo Independente Comunitário de Aprendizagem (Nica) no Jacarezinho, favela da zona norte do Rio de Janeiro, a ONG Meu Rio e outros sete pré-vestibulares do Espírito Santo, Pernambuco e São Paulo organizaram a campanha “4G para estudar”. A ação tem o objetivo de fornecer pacotes de internet aos estudantes dos prés para que consigam acessar os conteúdos de estudo. “Foi uma forma prática e direta de assegurar que eles tenham condições de acessar pelo menos os conteúdos que serão trabalhados para o Enem”, disse Luan Ribeiro, pedagogo e coordenador do Nica Jacarezinho.
Atualmente a campanha incluiu os estados de Santa Catarina, Minas Gerais, Paraíba e Pará e passou a abranger mais de 15 pré-vestibulares. A ação segue para a terceira fase de arrecadação. Até o momento eles conseguiram arrecadar 476 mil reais, agora querem chegar aos 600 mil reais para que seja possível oferecer o pacote de dados para os alunos durante três meses. As doações acontecem por financiamento coletivo pelo site 4gpraestudar.org.br. De lá o dinheiro segue para a conta do Meu Rio, feita especificamente para a campanha, e logo é distribuído entre os pré-vestibulares.
Segundo Luan a campanha é de extrema importância levando em consideração o momento de desgoverno e de menosprezo pelas vidas faveladas, periféricas e pretas. Ainda de acordo com o pedagogo é uma alegria ver que a campanha é uma resistência que não é teórica, é uma resistência que de fato vai ajudar os alunos. “Que a gente possa em 2021 não ter retrocessos no ingresso de pessoas faveladas e em sua maioria negra no ensino superior”, reforçou Luan.