O jornal francês Le Monde divulgou neste sábado, 27, a decisão dos países da União Europeia de abrir as fronteiras, a partir da próxima quarta-feira, para 14 países hoje de acesso restrito em função da pandemia do novo coronavírus. O critério elementar para a liberação de entrada é o combate dos governos à doença, o que eliminou de cara o Brasil. Figuram na lista, em ordem alfabética, Argélia, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Geórgia, Japão, Marrocos, Montenegro, Nova Zelândia, Ruanda, Sérvia, Tailândia, Tunísia e Uruguai.
As sucessivas demonstrações brasileiras de desapreço ao contexto internacional da pandemia podem ser resumidas sem esforço nas diretrizes diplomáticas do país nos fóruns internacionais, inclusive na investida contra a Organização Mundial de Saúde, da ONU, acusando-a de tendenciosa e falsa nos dados divulgados durante a crise sanitária mundial.
Fiel às determinações de Donald Trump também na área internacional, o governo Bolsonaro ameaçou deixar a OMS, como antes ameaçou invadir a Venezuela e ainda fechar o Mercosul depois da eleição do justicialista Alberto Fernandez na Argentina.
De bravata em bravata, a diplomacia de Rio Branco, antes considerada exemplo mundial, se degradou ao nível do anedotário, sendo hoje desconsiderado nas opiniões retrógradas do chanceler Ernesto Araújo, folclórico olavista que vê comunistas atrás das cortinas e considera a pandemia um plano chinês para contaminar os povos e dominar o planeta. Assim é difícil vencer obstáculos e reabrir fronteiras pelo mundo.