Isaias Bruno* 

O que os noticiários transmitiram no dia das crianças, em relação às festividades comemorativas do dia das crianças no Morro da Babilônia, vieram somar uma certeza já estabelecida incontestavelmente no coração de muitos pais da comunidade. Foi um dia de muita alegria para toda a comunidade, com direito a presentes, lanche, almoço, futebol e muito pagode. Foi tudo de bom.
 
Mesmo sendo críticos inveterados no assunto segurança pública, os moradores das comunidades de Chapéu Mangueira e Babilônia não devem negligenciar e admitir que a partir da inauguração da UPP, muitas coisas boas começaram a acontecer. Uma delas pode ser encarada como fator determinante diante da dualidade em afirmar se melhorou ou piorou a vida dos moradores do local. Entre as castas etárias, comerciais e grupos sociais da comunidade, todos tem bônus e onus desde a implantação. Com exceção de um público apenas: O público infantil.
 
 As crianças foram as únicas com ganho significativo após a mudança. Houve um aumento do fluxo de criança nas ruas da comunidade. Agora é comum filhos e filhas irem uns na casa dos outros. Os amiguinhos combinam na casa de quem vai “rolar” o vídeo-game e o bate-papo. A escolinha de futebol, jiu-jitsu,  ensaios da igreja e também nas lans houses da vida, tornam-se pontos de encontro da molecada. Toda essa movimentação acaba criando uma forte rede de interação, importantíssima para o trabalho de conscientização da turma. Se está sendo bom para as crianças, está sendo bom para todos.
 
As instituições também percebem a oportunidade e usufruem desse benefício pondo em ritmo acelerado toda sua programação. Há mais fluidez na freqüência do público infanto-juvenil nas escolas, centros comunitários, associações as igrejas do local. Com isso a comunicação melhora evoluindo para uma rede de informações. As agendas das instituições do local já ganham uma configuração mais definitiva. Atualmente temos alta freqüência em todos os cursos, cultos religiosos, festividades e nos esportes. 
 
Não podemos negar ser um legado incontestável e indispensável numa comunidade aonde a criança vem em primeiro lugar. Se a criança é o futuro da humanidade o futuro de Babilônia e Chapéu Mangueira, na configuração atual, está garantido.
 
*Morador e ex-presidente do morro da Babilônia