Em um auditório com apenas cinqüenta lugares, lotado de personalidades como Nilo Batista, Vera Malaguti, Maria Lucia Karan, Orlando Zacone, Pastor Antonio Carlos, Renato Cinco, entre outras, aconteceu no fim da tarde de ontem o debate com o Jack Cole, Diretor-Executivo da LEAP (Law Enforcement Against Prohibition, que pode ser traduzido como Agentes da Lei Contra Proibição). A organização conta como dez mil membros em 76 países.

O policial aposentado Jack Cole trabalhou por quatorze anos como agente encoberto do departamento de narcóticos dos EUA e afirmou que a compreensão da necessidade de legalização é vista pela experiência da legalização do álcool em 1933. No dia seguinte da legalização, segundo ele, Alcapone estava fora das ruas sem trabalho. “Nós sabemos sem dúvida que a legalização porá fim a tanta violência”, afirma.

Sobre a política de drogas dos EUA, Cole conta que um cigarro de maconha é suficiente para punir o cidadão com as mais severas penas, empurrando os jovens para a criminalidade. “Não sigam os Estados Unidos no campo da proibição das drogas, é um caminho para a desgraça”, disse. Jack fez uma ligação da política proibicionista com a questão racial, começando com o ópio, proibido aos chineses no inicio do século passado, partindo depois para as outras drogas. Ele afirmou que nas prisões federais americanas 81% das pessoas presas com relação às drogas são negros.

O resumo de sua palestra foi que os EUA travam a guerra mais longa, que se estende por quarenta anos, onde foi gasto um trilhão de dólares e realizadas 39 milhões de prisões e mesmo assim continuam perdendo essa mesma guerra. Os participantes que assistiram a palestra e debateram estão convencidos que estão no caminho certo para acabar com a violência e que essa é a bandeira que precisa ser levantada: a legalização das drogas.