Paraíba se mobiliza contra privatização do Forte de Cabedelo

Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo - Divulgação

A Fortaleza de Santa Catarina, mais conhecida como “Forte de Cabedelo”, está ameaçado pelo projeto “Revive”, do Governo Federal, através do qual o Ministério do Turismo propõe privatizar monumentos e pontos turísticos do país. O Forte de Cabedelo é considerado um dos mais importantes monumentos turísticos e culturais da Paraíba.

Grupos de artistas, jornalistas e pessoas ligadas ao movimento cultural paraibano iniciaram uma campanha através da Associação Artístico-Cultural de Cabedelo – AACC – em defesa do forte. Para tanto, está disponível na página da AACC no Facebook uma “Petição Pública” e qualquer pessoa pode assinar e chamar a atenção para a importância do monumento para a cultura e a sociedade paraibanas.

A proposta de privatização de monumentos como a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, e outros espalhados pelo país confirma o desinteresse do governo federal pela cultura, um governo que despreza a história, a cultura e a educação, pois não quer que a população conheça sua própria história, os que fizeram com que chegássemos até aqui e os que fazem hoje para termos um futuro decente e pensante.

O movimento “Diga Não à Privatização da Fortaleza de Santa Catarina” tem o objetivo de defender a preservação, manutenção, dinamização e revitalização da Fortaleza de Santa Catarina, bem como dialogar sobre os assuntos ligados ao desenvolvimento da cultura em Cabedelo. É uma verdadeira luta de resistência cultural para a qual os artistas paraibanos já demonstraram ter fôlego. Uma luta pela cultura, pelo saber, pela história. Uma luta que deve ganhar a força de todos, assim como já fizeram e fazem os artistas da Paraíba, do litoral ao sertão, de Cabedelo a Cajazeiras, fortes como uma Fortaleza!

Fortaleza não está abandonada

Tombada pelo IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1938, a Fortaleza Santa Catarina em Cabedelo/PB é o mais significativo monumento histórico-militar do Estado da Paraíba.

De acordo com informações da Associação Artístico-Cultural de Cabedelo (AACC), a Fortaleza funciona atualmente como um Centro Cultural, como um Ponto de Cultura, de uso intenso pela comunidade, com exposições, comercialização de artesanato, realização de eventos culturais, artísticos e turísticos diversos, além de abrigar as atividades de vários segmentos da cultura local gerando, consequentemente, renda, uso, ocupação e sua revitalização.

A Fortaleza é administrada por grupos e instituições culturais da comunidade local desde 1991, quando assumiram a manutenção da edificação que encontrava-se abandonada e desde então é mantida, unicamente, pela sociedade civil, sem contar com recursos financeiros de nenhuma esfera do Poder Público, sendo uma das maiores, mais bem conservadas e visitadas do Brasil – Modelo da capacidade e comprometimento do povo brasileiro com a preservação de sua história e sua identidade nacional.

Nem de longe, o Forte de Cabedelo está abandonado ou desocupado, como argumenta o Ministério do Turismo para justificar sua privatização.  O “Programa Revive” foi implantado em Portugal com sucesso, mas em prédios históricos obsoletos ou desocupados, o que não é o caso da Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo.