A boa de hoje, primeiro dia de julho, é a foto falsa na campanha Alô Presidente, em que Bolsonaro supostamente conversa por telefone com cidadãos de todo o país por rede social. Em gravação de áudio, a cidadã Maria Eulina, do Ceará, pergunta sobre a obra de transposição do Rio São Francisco e Bolsonaro responde. “Alô, dona Maria Eulina, aqui é o presidente Jair Bolsonaro…” Se de um lado era o próprio que falava, do outro a foto da senhora que devia ouvir era de Célia Rossin, de 81 anos, moradora de Sertãozinho, no interior paulista.
Depois do cão que não era Augusto mas sim Zeus, desmascarado ontem no Palácio da Alvorada, a falsidade ideológica de hoje é a da idosa que tem um neto fotógrafo de 32 anos, Mailson Pignata, que vende retratos para agências de publicidade. A foto de sua avó está nas plataformas como iStock e Shutterstock e foi comprada por 45 reais pela agência para compor a identidade da falsa Maria Eulina da propaganda oficial.
Dona Célia não vota há quatro eleições e não é entusiasta do presidente, acha até que ele “deixa muita coisa a desejar, principalmente na saúde”, como disse à coluna Painel da Folha de S. Paulo, que também divulgou a malandragem da comunicação do Planalto. A senhora cuja imagem foi usada para enganar o eleitor aproveitou para reclamar dos nove reais que lhe cabem na comercialização da foto. No link aqui, a história no Twitter do Sleeping Giants, especializado em fake news e discurso de ódio.
No final da noite, a Secretaria de Comunicação do Planalto retirou a mensagem do ar e distribuiu a seguinte nota:
“NOTA
O vídeo publicado no dia de hoje, 1° de julho, nas redes sociais pessoais do presidente Jair Bolsonaro, trata-se de uma peça piloto inacabada que não deverá ser veiculada, não possuindo, portanto, caráter oficial. De todo modo, a fim de sanar qualquer tipo de distorção dos fatos, o vídeo foi retirado do ar.
Secretaria Especial de Comunicação Social”