Primeiro, foram as ameaças que uma nova guerra iria começar. Depois foram as mortes em massa na Europa. Vimos a Itália esvaziando em questão de meses com a morte empilhada em corpos. A indecisão dos governantes entre manter vidas ou seus bolsos cheios foi crucial e cruel. Nada para o tal Covid 19. Um vírus que mata independentemente de cor, credo ou nacionalidade.
No Brasil, o vírus chegou já com uma apostila completa, repleta de lições de outros países, mas o presidente, dono de toda sapiência, a queimou e agora somos 60 mil famílias despedaçadas. Eu mesma já perdi, aposto que você que está lendo, também.
Esse ano é o ano das máscaras caindo, dos currículos falsos, da falta de senso de humanidade, da neblina se dissipando. Pois agora vemos claramente como o pobre é diferente do rico. Vemos com clareza, com nitidez e com vergonha.
Estamos vendo que policiais matam sem dó, que racismo existe mesmo, que alguns patrões ainda são do tempo da escravidão e que a natureza se vinga. Para os mais orientados, como eu, isso não é novidade, mas pra muita gente, tudo isso está sendo uma surpresa.
O “Ano da Resistência” – será assim que eu direi aos meus alunos daqui a alguns anos como foi 2020. Resistimos a uma pandemia, resistimos a um país desgovernado, resistimos a um governo em época de pandemia, sem ministro da saúde. Resistimos às balas dentro de nossas casas, resistimos a milhares de mortes sem poder nos despedir. Resistimos à falta de educação e inteligência de muitos a quem confiamos nossas vidas.
No dicionário, a palavra resistência significa “o ato ou efeito de resistir”. O ato… O efeito… A cada ato que você faz, causa um efeito. Se resistirmos a tudo isso e mudarmos nossos atos o efeito pode ser incrível, ou devastador.
Só sei que o mundo está lotado de efeitos devastadores por conta de atos mal pensados. Resista, lute. Precisamos de bons atos, ou como disse o senhor que se diz prefeito de Itabuna, na Bahia, “morra quem morrer”.