A polícia militar do Rio de Janeiro, em represália a derrubada de um helicóptero da corporação no último sábado, em decorrência do confronto entre traficantes de quadrilhas rivais, está realizando uma série de operações de "sufocamento" em favelas contraladas pela facção que teria ordenado a tentativa de invação no Morro dos Macacos no último final de semana. Como já é de conhecimento comum, esse tipo de atuação da PM tende a produzir consequencias terríveis para os moradores de favelas do Rio de Janeiro. Toda vez que há um evento como este ocorrido em Vila Isabel, e motivado pelo estardalhaço que os grandes meios de comunicação fazem, a PM, com a suposta justificativa de tentar evitar a reprodução deste tipo de acontecimento, acaba por realizar uma série de arbitrariedades nestas localidades. Como disse o coronel Marcus Jardim: "vamos sufocar esses traficantes sem dar trégua. É botar a mão no fuzil e cair pra dentro" (O Globo, 22/10). Neste sentido, não apenas os bandidos são os alvos, mas toda a população moradora de favelas. Desta vez não foi diferente.
Na tarde desta quinta-feira (22/10), policiais do 3° Batalhão (Méier) realizaram uma incursão no Morro da Cachoeirinha, no Lins de Vasconcelos. Os policiais percorriam a comunidade quando arrombaram a casa de Lucas Ribeiro de Freitas, um estudante de 18 anos. O jovem encontrava-se em casa sozinho. No momento que os policiais entraram em sua residência, Lucas estava no computador. Neste instante, os policiais o pegaram a força e começaram a agredi-lo, com socos e pontapés. Além disso, utilizaram uma técnica de tortura, que ficou muito conhecida da população devido ao filme Tropa de Elite, que é a utilização de um saco plástico para realizar o sufocamento da pessoa para, desta maneira, conseguirem informações. Uma vizinha passava perto do local quando percebeu que algo estranho estava ocorrendo, quando viu que o jovem estava sendo agredido e torturado por policiais. Imediatamente avisou a irmã de Lucas, que foi até sua casa e começou a pedir ajuda. Logo após, os policiais se retiraram. Lucas se encontrava cheio de marcas pelo corpo, produzidas pelo espancamento, bem como vomitando muito. Familiares e a militante da Rede, Márcia Jacintho, levaram o jovem para o hospital. Neste momento, Lucas está fazendo uma série de exames para saber se os ferimentos causados pela violência dos policiais foram profundos ou não. Os familiares estão indignados com a arbitrariedade dos policiais e exigem justiça. ?