Hebert Almeida, DJ e morador do bairro Bom Juá, periferia de Salvador, acusa um vizinho por ataque homofóbico, em consequência de agressões verbais costumeiras, agora acrescidas de agressão física, com socos e pauladas. Tudo aconteceu na segunda-feira, 6, mas a vergonha de ter sido agredido em público fez Herbet se isolar em casa, saindo apenas no dia seguinte para registrar o boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de São Caetano.
Segundo Hebert, antes do ocorrido, sempre que encontrava o vizinho as agressões verbais eram frequentes, mas, nunca houve agressão física, e neste dia o agressor estava dentro do supermercado quando Hebert chegou e logo começaram os insultos, com as primeiras tentativas de agressões físicas, sendo interrompidas por pessoas que estavam próximas.
As agressões verbais continuaram, houve discussão entre os dois, foi quando o vizinho disse que ele merecia apanhar. Depois da discussão dentro do estabelecimento, Herbert foi alcançado na rua pelo vizinho que o agrediu com pauladas na cabeça e no corpo. A maioria dos machucados foi nos braços e novamente as agressões foram interrompidas por pessoas próximas.
“Se eu fosse hétero ou mulher ele não faria isso, até porque as agressões são uma forma de me humilhar. O que me deixa mais triste é saber que a gente ainda é estatística, é saber que um país desenvolvido como este as pessoas ainda se incomodam com sua sexualidade, é saber que transexuais e travestis têm a média de vida de 35 anos, enquanto nos sites pornôs são as mais pesquisadas pelos ‘pais de famílias’ e ‘homens de bem’. É muita intolerância, hipocrisia em meio a tanta falta de amor”.
Depois do registro do boletim, Hebert Almeida fez exame de corpo e delito. O agressor será intimado para prestar depoimento.