Depois de anunciar nesta segunda-feira, 13, o cancelamento do Festival da Primavera que aconteceria em setembro e o Festival da Virada programado para dezembro, a prefeitura de Salvador informou que o carnaval de 2021 pode ser adiado, de fevereiro para maio ou junho, se até novembro não tiver uma vacina eficaz que garanta a segurança das pessoas nas ruas.
“É impossível dizer se teremos segurança para a realização do carnaval em fevereiro ou não. Nosso prazo é o mês de novembro. Não é uma decisão que tem que se tomar hoje”, disse o prefeito ACM Neto. Ele adiantou que vai conversar com os prefeitos de São Paulo e Rio de Janeiro para um possível adiantamento em conjunto.
Os cancelamentos e o possível adiamento são consequência do avanço da pandemia do coronavírus no estado, que no primeiro semestre já tinha cancelado o São João e eventos históricos municipais e estaduais. Só Salvador concentra mais de 40% do número de infectados pelo coronavírus.
Empresários e artistas têm opiniões diferentes sobre o adiamento do carnaval. O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação, Sílvio Pessoa, diz: “Eu acho que é muito cedo para discutir o carnaval, que seria daqui a mais de sete meses. E as notícias mudam muito rapidamente. Eu lembro só que o Carnaval é o 13º mês do ano. É com ele que a grande maioria das empresas faz o colchão, uma reserva para passar a baixa estação”.
Para o cantor Dan Miranda, “tudo ainda é muito incerto. Uma vacina, por exemplo, pode nos deixar mais otimistas. A gente tem trabalhado muito com a esperança e entendemos também que, sem uma solução efetiva contra o coronavírus, ninguém estará seguro para curtir um carnaval”.
A população também fica dividida, não apenas os foliões, mas os trabalhadores autônomos que aproveitam os festejos na cidade para aumentar sua renda, e muitos utilizam como única fonte de sustento. Mas, se por um lado existe a necessidade da retomada da economia com diversas atividades, defendida principalmente pelo empresariado, por outro, há o risco iminente do vírus se alastrar, ainda mais pela falta de medicamento que ajude no combate do avanço da pandemia. O que coloca todos na mesma situação de contágio.