Pelo menos cinco das 12 escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca condicionam a promoção de desfile no ano que vem à existência de uma vacina contra o novo coronavírus: Beija-Flor, Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense, Grande Rio e São Clemente. Todas sustentam que não há como botar a escola na avenida sem garantia de imunização. A posição coincide com a da prefeitura de Salvador, que pensa propor ao Rio de Janeiro e a São Paulo o adiamento da festa.
A prefeitura do Rio diz que não é possível falar em definição sobre carnaval do que vem por causa da pandemia da Covid-19. Segundo a Riotur, a Liesa solicitou que a prefeitura não publicasse informações sobre a venda de ingressos até que houvesse uma definição, que pode vir nesta terça-feira, em reunião da Liga das Escolas de Samba, a Liesa.
O principal receio das grandes escolas do carnaval carioca foi resumido pelo presidente da Vila Isabel, Fernando Fernandes: “Hoje, as decisões judiciais têm muita força. Há o risco de fazermos investimentos altos e, lá na frente, o contágio voltar a subir, e a justiça determinar a suspensão”, explicou.
“Se tiver vacina, não vejo por que não buscar alternativas, planos A, B e C. Precisamos botar esses planos no papel já. Para uma escola de samba que fica um ano sem carnaval, fica difícil manter as despesas fixas”, destacou o dirigente da escola, que levaria para a Sapucaí um desfile sobre Martinho da Vila.
O presidente da Portela, Luiz Carlos Magalhães, explica que a escola está indefinida, “como todas as demais”. Ele acha que decisão mais provável na reunião desta terça-feira seja o adiamento dos desfiles: “Vamos nos orientar pela Liesa, mas também pelas autoridades sanitárias e epidemiológicas. Vamos fazer essa conjunção: ouvir as autoridades e adequar às nossas possibilidades com os recursos financeiros que tenham ou não entrado”. A Portela divulgou uma nota sem condicionar desfile a possíveis vacinas.