Quinta edição do Julho Negro abordará agravos da pandemia nos já vulneráveis

Rotina favelada e periférica na pandemia, vira pauta em concurso de fotografia - Foto da internet

Este ano acontece a quinta edição do Julho Negro, articulação internacional contra a militarização, o racismo e o apartheid no mundo. A cada edição assuntos inerentes aos ideais da articulação são discutidos, pensados e impulsionados por movimentos de mães e familiares vítimas da violência do Estado, coletivos de favelas e periferias, comunicadoras e comunicadores comunitários, grupos de educação popular, movimentos de luta pela terra, por moradia e organizações de direitos humanos.

Neste ano o objetivo da articulação é entender como a pandemia agravou as violências diárias contra a população negra, LGBTIs, mulheres pobres, moradores de favelas e periferias, pessoas que vivem nas ruas, povos indígenas, quilombolas e defensores dos direitos humanos. As atividades iniciarão no dia 26 de julho relembrando a Chacina de Acari, que completa 30 anos na mesma data, e se encerrará no dia 30 de julho com ato popular sobre as violências cometidas pelo Estado.

Segundo Marcelo Edmundo, diretor nacional da Central de Movimentos Populares e um dos organizadores do Julho Negro, a articulação ganha uma importância ainda maior este ano  pois se vive um momento em que a crise está agravada pela pandemia e pelo destaque da pauta racial no mundo.

“Acontecimentos lamentavelmente corrriqueiros como o assassinato do George floyd nos Estados Unidos, do João pedro na Cidade de Deus ou do menino Miguel em Recife ganham destaque e escancaram as desigualdades e o racismo cretino no país e no mundo. Desigualdades ainda mais agravadas pelo desmonte das poucas políticas públicas existentes conquistadas com muita luta por um governo que odeia os pobres e por isso quer exterminá-los de todas as maneiras. Para este governo e quem o apóia, definitivamente, vidas negras não importam e não podemos nos enganar”, afirmou Marcelo.

Por ser um movimento independente o Julho Negro precisa de apoio na sugestão de atividades, nesse sentido aqueles que tiverem interesse em sugerir uma atividade autogestionada poderão se inscrever em formulário online até o dia 22 de julho. Por conta do Covid-19, as atividades serão realizadas de maneira online, e as sugestões devem estar inseridas na discussão desse ano e provocar reflexão nos que estarão presentes nos dias das atividades.