A Associação de Moradores da Várzea, na zona oeste do Recife, foi ocupada no dia 16 deste mês, pelos movimentos Salve o Casarão da Várzea, GRIS Espaço Solidário e Várzea Viva, outros coletivos e moradores que defendem a reativação imediata do espaço para utilização pública. Há cerca de 20 anos o espaço não é usado para quaisquer atividades no bairro; ao contrário, está deteriorado pelo tempo e pelo abandono.
Os moradores argumentam que neste período de pandemia, um espaço como a associação de moradores é referência no processo de organização comunitária, facilitando a comunicação e a disseminação de ideias e de ações dentro do território. Os coletivos vêm promovendo lá a distribuição de itens de alimentação e higiene, cartilhas educativas e máscaras.
Bruna Kitazono, integrante do movimento Salve o Casarão e moradora do bairro, explica: “O movimento Salve O Casarão da Várzea é um desdobramento de vários movimentos sociais, que vem com esse nome desde 2016, mas a luta é de décadas, de gerações. A nossa luta é pela revitalização do prédio e a construção de um mercado público cultural no seu entorno. Ao longo desse anos diversas ações foram e ainda são realizadas. As ações visam conscientizar a população e mostrar o potencial do prédio, através de ações educacionais, agroecológicas, sociais, culturais, entre outras”.
A necessidade de um endereço no bairro para diversas atividades e o longo período de inatividade da associação mobilizou moradores a reocupar o espaço, com auxílio de diversos artistas em um mutirão de graffiti que deu aos muros um novo visual, com artes que tematizaram o combate ao coronavírus e lutas sociais.
“Desde o dia 16 são promovidas atividades de cuidados e revitalização do prédio, assistência social, como café da manhã comunitário, suporte para arrecadação de doações para a campanha de combate local ao Covid-19, internet livre, ponto de distribuições de preservativos. Até a reabertura do banheiro público na Várzea, um problema que perdurou por décadas, também foi resolvido”, afirma Bruna Kitazono.
Segundo Bruna, o movimento pretende fazer uma assembleia pública virtual para conversar com a comunidade sobre a importância da reabertura da associação de moradores e propor eleições para sua presidência.