O Ministério Público de São Paulo está investigando se os recorrentes incêndios ocorridos nas favelas da capital são propositais, informou nesta terça-feira o promotor da área de Habitação e Urbanismo, José Carlos Freitas.

O promotor afirmou que os incêndios, 33 apenas neste ano, ocorreram ”de forma geral” em bairros pobres localizados em áreas onde existe ”forte interesse do mercado imobiliário”.

Freitas explicou à ”Agência Brasil” que as favelas afetadas estão em áreas onde há projetos de construção de edifícios comerciais, imóveis e obras públicas, o que influi na revalorização do terreno.

Além disso, São Paulo atravessa uma seca prolongada nos últimos meses, um fator que contribuiu à propagação dos incêndios.

No entanto, os incêndios ”não ocorreram com essa frequência” em favelas localizadas em ”regiões mais distantes” e com menor valor imobiliário, de acordo com o promotor.

O incêndio mais recente aconteceu nesta segunda-feira na favela Moinho, localizada no centro da capital, onde o fogo destruiu 80 casas deixando 300 pessoas sem casa e causou a morte de um homem de 38 anos, identificado como Damião de Melo.

Os incêndios nas favelas causaram poucas vítimas mortais, mas destruíram várias casas, já que o fogo se propaga rapidamente pelas ruas estreitas que costumam estar cheias de lixo e escombros.

Fonte: Exame