O Brasil tinha 84.251 mortos e 2.292.286 casos confirmados de coronavírus até as 8 horas desta sexta-feira, 24, segundo o consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, os mais confiáveis sobre a pandemia no país desde que o Ministério da Saúde passou ao comando do general Eduardo Pazuello.
Na média móvel semanal de cada estado e do Distrito Federal, apenas Maranhão, Pernambuco, Piauí e Sergipe mantêm queda de casos e mortes do novo coronavírus. Os quatro estados seguem as normas internacionais de segurança e são governados por partidos que não integram a base política do presidente Jair Bolsonaro, maior defensor do fim do isolamento social e do uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19.
A propósito da droga desaconselhada pela Organização Mundial de Saúde, técnicos de um comitê de emergência criado para assessorar o Ministério da Saúde sobre o novo coronavírus alertam sobre o risco de o governo ficar com estoques parados de cloroquina. No início de julho, o governo federal tinha uma reserva de 4.019.500 comprimidos do medicamento—pouco abaixo do total que já havia sido distribuído, de 4.374.000 até aquele momento.
Na seara política, o senador Major Olímpio (PSL-SP) disse em debate na TV a cabo ontem, 23, ter recebido de um representante do governo a oferta de liberação de recursos públicos para o combate à Covid-19. Segundo ele, foram oferecidos R$ 30 milhões em emendas parlamentares:
“No Senado foram oferecidos, sim, a inúmeros senadores, R$ 30 milhões para indicar nas suas bases políticas. Te mando a planilha com 11 itens e até com orientação para escrever na planilha ‘Covid 19’, no começo de junho para pagar e já pagou agora em julho”, disse.
A oferta não era para todos os senadores e não havia critérios objetivos, e sim políticos, para a distribuição da verba parlamentar, conforme o senador. A afirmação confirma a denúncia do uso político da verba de R$ 39 bilhões do governo para o combate à pandemia, dos quais menos de um terço foram utilizados ate agora.
Ao tempo em que as informações são alarmantes na condução da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro cumpre quarentena no Palácio da Alvorada, a residência oficial, depois de três testes positivos de contágio feitos neste mês. Entretanto, também ontem se deixou fotografar em passeio de motocicleta nas proximidades do palácio, durante uma conversa, sem máscaras, com alguns garis que trabalhavam no local.