Começou na manhã de hoje, 30, mais uma fase da Operação Ponto Final, da força tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro que investiga desvios para pagamento de propina no transporte público e no governo do estado desde 2017. A operação é conduzida pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF).
Foram detectados R$ 260 milhões em propina pagos pelos investigados a políticos do estado toda vez que havia aumento nas tarifas, por exemplo. Em julho de 2017, o juiz federal Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio, mandou prender Jacob Barata Filho, empresário do setor de transportes suspeito de ter recebido R$ 23 milhões em propina; Rogério Onofre, ex-presidente do Detro, suspeito de receber R$ 44 milhões; Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor, suspeito de receber R$ 1,57 milhão; José Carlos Reis Lavoura, conselheiro da Fetranspor, suspeito de receber R$ 40 milhões; e Marcelo Traça Gonçalves, presidente do Sindicato de Empresas de Transporte Rodoviário do Rio de Janeiro (Setrerj) e apontado como realizador dos pagamentos. Todos foram soltos e respondem em liberdade.
Em dezembro de 2018, numa audiência na Justiça Federal, Jacob Barata Filho disse que a Fetranspor pagou R$ 145 milhões a Sérgio Cabral entre 2010 e 2016. Jacob Barata não detalhou o que deste pagamento foi propina e o que foi utilizado para a campanha do ex-governador.
“Sempre houve pagamento de, no mínimo, um apoio de campanha através de caixa dois pelas empresas. Gostaria até de mencionar: o único governo que não tivemos apoio de campanha política foi o primeiro do Leonel Brizola (1983 -1987), isso em função de falta de entendimento político”, disse Barata.
Depois, ao relatar sua experiência no ramo, ele disse que a família está no setor desde a década de 50 e que, mais recentemente, as “contribuições de campanha eram quase obrigatórias”.