“Maracá -Emergência Indígena” lembra os parentes mortos na pandemia

O Kuarup, principal cerimônia indígena, foi cancelada em muitas tribos este ano - Foto da internet

De volta ao Xingu, em Mato Grosso, depois de nove dias hospitalizado por hemorragia digestiva, o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, vai aparecer com outros líderes indígenas e artistas nacionais e internacionais na mobilização “Maracá – Emergência Indígena”,  live marcada no dia 9, às 15 horas, com participação, ao vivo e por gravações, de Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia,  Lenine, Martnália e Criolo.

“Não importa a língua que você fala, vai entender o chamado do maracá no coração. Esse é um chamamento para toda a humanidade, uma conexão global pela vida e memória dos nossos povos duramente atingidos pela pandemia da Covid-19 e tantas outras violências e violações”, diz a campanha da Apib. “Maracá – Emergência Indígena” será dedicado à memória dos povos atingidos pela pandemia da Covid-19.

Além de Raoni, expoentes da cultura indígena como o ianômami Davi Kopenawa, Nara Baré, Kretã Kaingang, Dinamam Tuxá, Sonia Guajajara e Joenia Wapichana, entre outros, confirmaram participação no ato que marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas.

Os atores Camila Pitanga, Bruno Gagliasso, Fernanda Torres, Letícia Sabatella, o artista plástico Vik Muniz e os comediantes Marcelo Adnet e Fábio Porchat também confirmam participação no ato que tem como objetivo sensibilizar as autoridades para emergência que os índios vivem na pandemia de Covid-19. Confirmaram participação ainda o compositor norte-americano Philip Glass e o artista plástico e designer arquitetônico Ai Weiwei. A Articulação dos Povos Indigenas do Brasil (Apib), que organiza o evento, deve anunciar novos nomes até o dia da live.

 

A produção do evento terá participações especiais da diretora Bia Lessa, da liderança Célia Xakriabá, da cantora e compositora Maria Gadú, da artista plástica Laura Lima e da galerista, ativista do 342 Amazônia, Mari Stockler e do designer Pedro Inoue.

Hoje faz quatro meses do primeiro caso de contaminação indígena por Covid-19 e desde então, contaminações e mortes cresceram exponencialmente. A última atualização feita pela Apib aponta 20.809 casos entre 143 povos indígenas. No total, 599 indígenas morreram em decorrência da Covid-19.