A favela de Acari passa há mais de um mês por graves perturbações e sofrimentos devido a "operações" violentas das polícias civil e militar. Há diversas denúncias de execuções sumárias, agressões, violações de domicílio, ação irresponsável de policiais colocando em risco moradora(e)s e crianças em particular.

Ao mesmo tempo, a polícia parece estar aproveitando a onda de "operações" para realizar intimidações e ameaças a militantes que lutam pelo respeito aos direitos humanos na comunidade. Ontem,  José Luís Faria da Silva, morador de Acari e também militante da Rede, teve mais uma vez a casa arrombada e invadida por policiais. Aparentemente isso aconteceu enquanto José tinha saído da comunidade para participar da manifestação no Morro do Gambá, no Lins, em memória dos sete anos do assassinato de Hanry Silva Gomes de Siqueira por policiais militares.

Em 31/03/2009 a casa de José Luís também foi invadida, enquanto ele estava fora participando de manifestação em lembrança da Chacina da Baixada (ver relato da invasão aqui: http://www.redecontraviolencia.org/Noticias/463.html). Muita coincidência para tudo ser "mera coincidência"…. A ex-esposa de José Luís e mãe de Maicon, assassinado em 1996, também teve sua casa revistada por policiais anteontem (neste caso não houve arrombamento).

José Luís, Vanderlei da Cunha (Deley de Acari), Marco Antônio Barbosa, são moradores e militantes da comunidade que tem um longo histórico de ameaças e intimidações contra eles, devido ao trabalho e coragem com que denunciam e testemunham contra a violência policial. Várias dessas ameaças estão relatadas na denúncia divulgada pela Rede no início desse ano.

Diante da gravidade do fato, a Rede e lideranças de Acari articularam uma reunião geral para amanhã (25/11) às 10h na favela. Já estão confirmadas a presença de organizações e instituições comprometidas com a defesa dos direitos humanos, mas reforçamos a convocação para outras organizações e para a imprensa em geral. A idéia da reunião é registrar e encaminhar as denúncias, e discutir sobre as possibilidades de mobilização para que cessem as ameaças e violações de direitos por parte do Estado.

O encontro será às 10 horas na Sociedade São Dimas/Pastoral Penal – Av. Brasil 18466 (passarela 27, Conjunto Amarelinho, tel. 3362-4110)

Mais informações com Deley (9671-3459), José Luís (9738-6529) ou Doracy (3362-4110).

Rede contra a Violência.