nvestigadores suspeitam que o governador do Estado do Rio Wilson Witzel (PSC-RJ) tenha usado servidores públicos para uma reforma particular em sua casa. Em maio, quando a primeira operação contra o governador foi deflagrada, um procurador da república identificou uma obra em andamento sob supervisão de dois funcionários do estado.
“Caso comprove a utilização de servidores e bens públicos para custeio de obra privada do governador, além dos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, também estaremos diante do crime de peculato, sendo necessário, no entanto, no tocante a este ponto, aprofundas as investigações, ouvindo os servidores mencionados”, consta no pedido de medidas cautelares assinado pelo Ministério Público Federal.
O coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, procurador Eduardo El Hage, afirmou mais cedo nesta sexta-feira, 28, que os investigadores se viram num “túnel do tempo” ao encontrar semelhanças entre o suposto esquema de corrupção de Witzel e do ex-governador Sérgio Cabral.
como exemplo está o fato de Witzel ter utilizado, segundo as investigações, o escritório de advocacia da mulher, Helena Witzel, para receber propinas. Uma das formas de lavagem de dinheiro de Cabral também foi através do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, sua mulher.
“Nos vimos como num túnel do tempo, revendo velhos fatos investigados com outros personagens”, disse El Hage, em pronunciamento no Ministério Público Federal no qual respondeu apenas a uma pergunta, por orientação da Secretaria de Comunicação da Procuradoria-Geral da República.