Oito em cada dez moradores de Salvador são negros, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) feita em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo apontou que pretos e pardos somam 2,425 milhões, equivalente a 82,1% das 2,954 milhões de pessoas que viviam na cidade em 2017, o que faz de da capital baiana ter o posto de capital negra do Brasil.
Dados como esse são importantes para reforçar a importância da representatividade negra na grande mídia e que é indispensável a presença de projetos e programas como o “Conversa Preta” na grade da TV aberta na Bahia, de forma a explanar e engrandecer o protagonismo negro.
Falar de coisa boa é preciso, e quando este assunto se refere ao povo negro devemos expor, já que normalmente a grande mídia só coloca o negro em evidência quando a pauta é voltada para assuntos raciais. Quase nunca é feito uma ligação com assuntos positivos até porque, desde séculos atrás, os feitos da população negra foram subjetivados e até mesmo contados de outra forma pela branquitude, numa tentativa de apagar a participação negra da contribuição da História.
O “Conversa Preta”, da Rede Bahia, filiada da TV Globo, foi idealizado a partir de reuniões com segmentos negros, trazendo uma proposta de representatividade da raça aos sábados à tarde, com pautas positivistas e propositivas. Os participantes do programa são personalidades negras, de vários segmentos, principalmente oriundos da Bahia.
Desde a produção, passando pelos apresentadores e repórteres, toda equipe é composta por profissionais negros. Gerogina Maynar, Vanderson Nascimento e Luana Assis são alguns dos que fazem parte desse grande time de comunicadores que dá vida ao “Conversa Preta”, profissionais negros que dão esperanças para aqueles que almejam conquistar espaços assim como eles.
Dirigido por Mira Silva e tendo como âncora Aldri Anunciação, o “Conversa Preta” fala de história sendo bastante atual, oportunizando a voz das minorias e as pautas diversificadas dentro do mundo negro. Tem um pouco de tudo: ciência; cultura; esporte; tecnologia; debates de cunho racial e entretenimento, afinal a cultura negra também tem sua parcela de contribuição nas artes.
“Conversa Preta” é cultura, é resistência diária, é o suspiro que luta pela sobrevivência da história do seu povo e é o combate contra a hegemonia branca que por séculos dominou as estruturas sociais. Vida longa ao programa!
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