Coletivo Água da Fonte lança livro com poetas da periferia de Salvador

Coletivo Água da Fonte lança livro com participação de escritores da periferia- Crédito: CAF

A antologia reúne textos de 17 poetas e poetisas do Subúrbio Ferroviário de Salvador- Crédito: Coletivo Água da Fonte

Neste domingo, 4, o Coletivo Água da Fonte (Caf) completa dois anos e lança o livro “Vozes Poéticas”, com poesias de jovens do Subúrbio Ferroviário de Salvador.

A ideia do livro surgiu a partir dos saraus de poesia e batalhas de rimas promovidos pelo coletivo da comunidade, de Alto de Coutos. Entre recitais e conversas informais, os organizadores dos encontros perceberam a potência dos participantes.

“Vozes Poéticas é a nossa identidade sociocultural, comunitária e, sobretudo, artística. Somos os diversos Joãos e Marias que transformam dores em poesias e as alegrias em escritas autobiográficas para adoçar o nosso dia a dia. Abram os ouvidos, ouçam o som das Vozes Poéticas do Subúrbio Ferroviário de Salvador”, diz Cláudio de Aguiar, idealizador do projeto.

A publicação foi 90% financiada com recursos próprios do Coletivo Água da Fonte, obtidos com rifas, bazar e investimento de alguns de seus integrantes.

Devido à pandemia do novo coronavírus, o evento será transmitido pelo Facebook e Instagram do Água da Fonte.

O surgimento do Coletivo Água da Fonte

O Coletivo Água da Fonte surgiu em 2018, idealizado por Cláudio de Aguiar (pedagogo, poeta e escritor) e Eder Moreira Souza (DJ e produtor musical), e hoje conta com a participação de diversos jovens da comunidade de Alto de Coutos e adjacências.

O objetivo do coletivo é mergulhar na ressignificação da identidade comunitária e fomentar a cultura local através do protagonismo dos atores sociais da comunidade local por meio de atividades artísticas, culturais e educacionais.

O nome do coletivo é uma referência às fontes de água potável que existem no Alto de Coutos, também nascentes do Rio Jauá, que corta toda a comunidade e que deságua no Rio Paraguari.

Para os integrantes do coletivo, essas fontes são referências indenitárias da comunidade , pois deram “água de beber” e “água de gasto” para seus moradores quando Alto de Coutos não tinha vivido o seu processo de urbanização. E até hoje elas existem como ponto de memórias de quem lavaram suas roupas, mataram suas sedes e se banharam nas águas dessas fontes.

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Valdeck Almeida de Jesus
Valdeck Almeida de Jesus é jornalista definido após várias tentativas em outros cursos, atua como free lancer, reconhecendo-se como tal há bastante tempo. Natural de Jequié-BA (1966), e escreve poesia desde os 12, sendo este o encontro com o mundo sem regras. Sua escrita tem como temática principal a denúncia: política, de gênero, de raça, de condição social, de preconceitos diversos: machismo, homofobia, racismo, misoginia. Coordena o movimento “Galinha pulando”, o qual pode ser visto no blog, no site e nas publicações impressas. Este movimento promove anualmente um concurso literário, aberto a escritores(as) do Brasil e do exterior. A poesia lhe trouxe o encantamento, mundos paralelos, as trocas, a autocrítica, a projeção de si e de outro(s), maior consciência de classe e de coletivo. Espera que as sementes plantadas se tornem árvores, florescendo e frutificando em solos assaz diversos. Possui 23 livros autorais e participa de 152 antologias. Tem textos publicados em espanhol, italiano, inglês, alemão, holandês e francês. Participa de vários coletivos da periferia de várias cidades, bem como de algumas academias culturais e literárias.