Um jovem negro, homossexual e pobre tende a enfrentar toda a sorte de preconceito no Brasil, mas na periferia de Salvador pode ser diferente. Moradores do Nordeste de Amaralina se reuniram no domingo, 11, para pintar a escadaria da Avenida Edna com as cores da arco-íris, que remete à bandeira símbolo do movimento lésbico, gay, bissexual e transgênero (LGBT). A iniciativa partiu da salgadeira Sidneia Ferreira Santana, de 43 anos, para homenagear seu único filho, Igor Leonardo de Santana Torres, 24, que está prestes a defender o trabalho de conclusão do curso (TCC) “Estudos de Gênero e Diversidade”, na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Igor, que é motivo de orgulho e inspiração para a comunidade, passou seis meses no Canadá para comparar os movimentos LGBTQ de Montreal e de Salvador, tema de seu TCC “Conflitos e Ação Política nos Movimentos LGBTQ de Montreal/Queebec e Salvador/Bahia”. O jovem vai fazer a defesa on-line no dia 3 de novembro, com transmissão ao vivo em um telão a ser montado na escadaria.
Após as tintas coloridas, os moradores rebatizaram a escadaria como Avenida Edna da Diversidade. “Não dá vontade de chorar? O Brasil tem jeito minha gente! Uma comunidade inteira se unir para celebrar a diversidade de um de seus filhos gays, que conquistou o diploma do ensino superior. Vejam o poder que circula em volta de um jovem negro homossexual da periferia de Salvador. O poder do afeto e do amor. Só não vê quem não quer “, publicou, em rede social, Felipe Fernandes, professor e orientador do estudante Igor Leonardo.