Por Patrick Granja / A Nova Democracia

Jornal A Nova Democracia — No dia 9 de dezembro, nossa reportagem foi ao Complexo do Alemão, onde dois jovens teriam sido assassinados por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Segundo testemunhas, depois de baleados, os jovens Wallace de Souza, de 21 anos, e Joseph Alexandrino, de 19 anos, foram executados pelos PMs.

A reportagem de AND foi ao local acompanhada da ouvidora de direitos humanos Márcia Honorato. Segundo ela, moradores denunciam que um dos policiais, o sargento Alexandre Antônio Barbosa, teria apelado para que os jovens fossem socorridos. Mas mesmo assim, outro PM, identificado apenas como Da Silva, teria intimidado o sargento e executado os dois rapazes. Horas depois, o PM Alexandre foi executado. De acordo com testemunhas, o carro preto de onde partiram os disparos que atingiram o policial é o mesmo visto por moradores recolhendo os corpos de Wallace e Joseph no Complexo do Alemão.

Momentos depois, um fato curioso confirmou a tese de Márcia e as denúncias da população do Complexo do Alemão. Enquanto entrevistávamos a ouvidora, uma criança entregou a ela uma carta de um morador que preferiu não se identificar. O bilhete confirmava o atrito entre os PMs Da Silva e Alexandre na cena do crime.

Nossa reportagem também conversou com a mãe de Wallace. Temendo represálias da PM, ela preferiu não mostrar o rosto. Sob efeito de remédios psiquiátricos, ela contou como ficou sabendo da morte do filho.