O monólogo teatral inspirado na vida e obra do educador Paulo Freire que viveu entre os anos de 1921 a 1997, será apresentado no próximo sábado, 21, pela plataforma Zoom, às 21h. Para ter acesso ao ingresso é necessário entrar no link do Sympla. A peça chega a mais uma temporada neste mês de novembro. Mais de 50 mil espectadores já foram tiveram contato com o espetáculo, que contabiliza mais 100 apresentações.
A produção do espetáculo, em parceria com a ANF – Agência de Notícias das Favelas, está oferecendo alguns ingressos gratuitos. No mesmo link é possível adquirir indo até a última opção na barra de valores e selecionar a parte grátis em destaque verde.
Devido a pandemia da Covid-19, várias apresentações foram canceladas, e a montagem foi apresentada no formato online, inclusive no mês de setembro deste ano, quando Paulo Freire faria 99 anos.
O espetáculo que tem no seu enredo elementos da música, outros autores, teatro de rua, cenopoesia, palhaço e o teatro popular, teve sua estreia no estado do Espirito Santo, na capital Vitória, em 28 de março, 2019. E percorreu outros estados como Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraná, Tocantis, Amazonas, Piauí, Bahia, Paraíba e o Distrito Federal.
O sucesso da obra conseguiu romper as barreiras geográficas do Brasil e foi apresentada em países como Uruguai, Chile e Argentina, em 2019. Ainda no ano passado a peça foi indicado ao prêmio Shell na categoria inovação.
Richard Riguetti- multiartista
O responsável por dá vida ao mestre da educação, no espetáculo, é Richard Riguetti, 63, natural de Campinas-SP, que comemorou, em setembro, deste ano, 41 anos de carreira. “Eu sinto que meu trabalho é feito para a população que está a margem, que não tem acesso aos serviços públicos, que é invisível para parte da sociedade. Desde o gari, a professora, a merendeira, o motorista, pessoas de enormes valores sociais, que tem saberes diferentes dos meus, e que me faz perceber a importância de existir através da existência dessas pessoas”, comenta.
Richard conta, que foi convidado pelo amigo, Luiz Antônio Rocha, que conheceu Paulo Freire, para transformar a obra do educador em um espetáculo, e iniciou em novembro de 2018, as leituras sobre a vida, antes de estrear era chamado de “leitura do mundo”. Ainda no processo de pesquisas e laboratórios, ele conheceu a viúva de Paulo Freire, Anita Freire, conseguindo ter outra dimensão da importância que o mestre tinha para a vida das pessoas.
Além da formação em artes cênicas, Richard atua na parte musical, gestão cultural e como palhaço. Ele dedicou 10 anos trabalhando apenas dentro do teatro e há 32 anos vem desenvolvendo trabalhos em diversas favelas do Rio de Janeiro, levando o teatro de rua e espetáculos de palhaço também. “A Arte emancipa o ser humano, gera potência, desperta saberes, oportuniza pessoas a se perceberem e se reconhecerem, estimula a buscar o seu espaço e desperta o sentimento de ser humano”, declara Richard Riguetti.
“Parabenizo a ANF pelo excelente trabalho e pela iniciativa de chegar onde eu gostaria de estar nesse momento, nas periferias, apresentando o espetáculo para os moradores das favelas. Devido a pandemia da Covid-19, estou em isolamento social desde março”, agradece Richard Riguetti.
Além de Richard, a peça conta com a participação do diretor Luiz Antônio Rocha e do dramaturgo Junio Santos.
Paulo Freire
Paulo Reglus Neves Freire, mundialmente conhecido como Paulo Freire, natural de Recife- PE, nasceu em 19 de setembro de 1921. Educador e filosofo, influenciou o movimento da pedagogia crítica. Recebeu pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América.
Paulo Freirei foi homenageado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com o título de Educação para a Paz em 1986. O educador foi indicado ao prêmio Nobel da Paz em 1993. E em 13 de abril de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.612, que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.
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