Começou com atraso de mais de duas horas a oitiva de testemunhas de acusação do caso do Morro da Coroa. As testemunhas de defesa foram dispensadas e serão ouvidas em outro dia que será defenido ainda hoje.
Saiba mais sobre o caso:
No dia 02/04/2009, uma violenta ação do 1o BPM no Morro da Coroa (Catumbi), levou `morte de 6 pessoas, inclusive o eletricista e lanterneiro Josenildo dos Santos, de 42 anos. Todas mortes foram registradas pelos policiais como “autos de resistência”, e todos foram acusados de ser traficantes, inclusive Josenildo, conhecido como Téo, trabalhador conhecido e querido em toda a comunidade.
Segundo testemunhas, no dia da chacina, após uma incursão mais cedo, alguns policiais permaneceriam escondidos e encapuzados, à espera de encontrar traficantes, num beco da favela que levava a um bar. Os policiais impediram a circulação dos moradores, e, numa clara ação de emboscada, atiraram indiscrimidamente na direção de vários jovens, mesmo sem ter havido confronto, segundo moradores. Josenildo, que passava neste momento, foi parado e levou um tiro em um de seus joelhos. Tentou, em vão, identificar-se dizendo que acabar de voltar do trabalho, e chegou a levantar as mãos para mostrar que estava sujo do trabalho na horta comunitária. Neste instante, já no chão, os policiais o executaram com um tiro na cabeça. As marcas de tiros no local atestaram não só a inexistência de confronto como os tiros de execução em direção ao solo. Ao que parece, a morte de Josenildo foi sido motivada pelo fato de que, ao descer para ir ao tal bar, testemunhou os policiais matando as outras pessoas.