O preço de uma vida: Comitê Externo de Livre Expressão sobre Diversidade e Inclusão é criado no grupo Carrefour contra o racismo estrutural

Comitê Externo de Livre Expressão sore Diversidade e Inclusão é criado no grupo Carrefour- Foto: Marcelo Adnet/Rede social

Toda renda arrecada das lojas do grupo Carrefour, nos últimos dias 26 e 27 de novembro, foi revertida para projetos de combate ao racismo estrutural no Brasil. Os valores das vendas no Dia da Consciência Negra, também foram destinados para tais projetos.

Esses valores se juntaram ao investimento inicial de 25 milhões de reais previamente anunciados para ações internas e externas de combate ao racismo, para promover ações afirmativas para a inclusão social e econômica de negros e negras.

Também foi criado um Comitê Externo de Livre Expressão sore Diversidade e Inclusão, composto por autoridades no assunto que vão auxiliar em diretrizes contra o racismo.

Todas essas iniciativas foram apresentadas após um homem negro ser assassinado por seguranças, dentro de uma das lojas do grupo, em Porto Alegre. Todos os colaboradores do grupo Carrefour passarão por mais uma ação em reforço à conscientização no combate à discriminação racial.

“Acreditamos que poderemos evoluir e contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária”, comenta Noel Prioux, CEO do Grupo Carrefour Brasil.

O preço de uma vida

A empresa Carrefour já tem reincidência em atitudes que vão além do desumano, em 2018 uma cachorrinha foi morta a pauladas, em Osasco (SP), esse ano um trabalhador que prestava serviço morreu em uma das lojas, em Natal (RN), mas a loja preferiu cobrir o corpo com guarda-chuvas para que as atividades de vendas continuassem. E recentemente mais um episódio, já citado anteriormente, que expõe o racismo estrutural existente na sociedade brasileira, principalmente dentro das empresas privadas.

Falar sobre empresas que são coniventes com o racismo não é difícil mas também não é prazeroso continuar com essa pauta, porém é necessário e sempre urgente, por mais que para muitas pessoas toda forma de repúdio seja apenas “mimimi”.

A maioria das instituições privadas nunca tiveram e não têm projetos internos que façam seu quadro funcional oportunizar acessão para os negros, ou que seus novos programas ofertem chances para que a população negra possa alcançar lugares de chefia.

Essa atitude revela o quanto é necessário lutar contra o preconceito racial que ceifa milhares de vidas negras, e o que aconteceu com João Alberto, espancado e morto no Carrefour, no último dia, 19, véspera do Dia da Consciência Negra, em Porto Alegre seja mais um motivo para que as ondas de protestos se fortaleçam cada vez mais, reivindicando igualdade e respeito, pois, vidas negras importam sim.

Ficam as seguintes perguntas.

Qual o preço de uma vida?

Porque pessoas negras precisam morrer para que atitudes contra o racismo sejam tomadas?

A vida de João Alberto vale apenas 25 milhões?

Vidas negras importam!

Leia mais:  Nenhum negro a menos: atos inauguram tolerância zero ao racismo

“Carrefour racista”: movimentos sociais fazem protesto em Recife

A cor, gênero e classe da violência institucional