Sabemos que a entrada do estudante de escola pública, negro ou indígena, nas universidades públicas vem crescendo gradativamente. Isso se deve ao intenso processo de inclusão social, tais como as cotas que esses estudantes tem direito. Porém essas cotas que diversificam e multipolarizam as culturas dentro destas universidades, vêem sofrendo grande pressão por parte de opositores que alegam que o ensino possa perder a sua qualidade, pois os estudantes com cotas tem que tirar notas menores nos vestibulares. Esses estudantes que criticam as cotas, em sua maioria,  vêem de ensino particular onde há um intenso investimento em sua educação, que os diferenciam da escola pública. Porém, quando esses estão no ensino médio, não reivindicam melhorias nas escolas públicas pois estes competem diretamente com  estudante de escola pública e em muitos casos seus pais pagam altos impostos ao governo, por isso o força a diminuir a qualidade desse ensino. Mas quando esses estudantes de escola particular entram na universidade pública, não querem a entrada dos estudantes de escola pública por sistema de cotas, passam a querer investimentos do governo nessas escolas. Quando esses alunos estavam no ensino médio não reivindicavam, pois competiam com os de escola pública. Agora que tiraram o peso do vestibular pedem melhorias. Isso é tirar o peso da consciência e colocá-lo sobre o governo. E certo disso, temos que rever os nossos conceitos e saber onde estamos errando e tratando os nossos semelhantes com discriminação.

Wagner Maia da Costa – Estudante de Ciências Sociais da UERJ