"Se o Lula e o Sérgio Cabral tivessem aplicado em detecção de riscos e contenção de encostas o dinheiro que gastaram para matar pobres no Rio, talvez pudessem ter evitado a tragédia do Bumba.
Brizola levou água, luz, saneamento e urbanização para centenas de assentamentos e favelas, e fez muito bem. Ninguém mora num barraco à beira de um precipício porque quer. A presença subterrânea, oculta pelo aterro, de um lixão é dado de conhecimento municipal; solo urbano é questão atribuída constitucionalmente aos municípios (art. 30, inc. VIII CR).
Com a derrota do brizolismo no Rio, avança o projeto apartador, através de duríssima repressão policial, de muros (“ecológicos” e “acústicos”) e de remoções. A tragédia do Bumba é usada para alavancar essa campanha e os interesses econômicos que a ela subjazem.
O justo pranto pelas vítimas da tragédia adverte para o silêncio sorridente com relação aos 1.500 jovens negros anualmente soterrados sob o lixo ilegal dos autos de resistência."
Rio, 9 de abril de 2010
Nilo Batista