No dia 8 de janeiro de 2001, nascia a Agência de Notícias das Favelas (ANF). Ao longo desses 20 anos atuando em pról da comunicação comunitária e informando com e para a favela, a ANF passou por diversas realizações. Durante esta semana de aniversário da primeira agência de notícias de favelas do mundo, vamos relembrar algumas das ações protagonizadas pela ANF.
Encontro Latino-Americano de Comunicação Comunitária
Em 2017, a Agência de Notícias das Favelas realizou o I Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária, fruto do edital Ibercultura Viva. Rodas de conversa, shows e outras atrações culturais aconteceram em cinco espaços da cidade de Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O evento era preparatório para o III Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária.
O evento aconteceu nos dias 6, 7, 8 e 9 de julho de 2017 e contou com a participação de diversos comunicadores comunitários e pessoas que ficam na linha de frente na luta pelas favelas, povos originários, mulheres, negros, jovens e LGBTs.
O mini-manifesto apresentado dias antes do início do evento já mostrava o tom e a importância do encontro.
“Somos nosotros por nosotros. Nosso olhar não cabe no padrão, outrora hegemônico, da mídia corporativa. A grande imprensa hoje é decadente, e vive a ruína do que já foi um império. Enquanto isso, as experiências de Comunicação Popular e Cultura Viva Comunitária são milhares, milhões, espalhadas por todo o continente, re-existindo e se reinventando sempre. O mundo que queremos já está sendo construído e narrado de baixo para cima, em uma polifonia de vozes insurgentes que estão contando e (re)escrevendo a história da “pátria grande” América Latina. Ousar lutar, ousar vencer!”
Debates, cinema e música
O I Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária, contou com a participação de diversos convidados basileiros e internacionais. As rodas de conversa abordaram questões acerca do enaltecer das vozes que não são ouvidas pelos veículos tradicionais. Além disso, levantaram a questão da democratização da comunicação.
Nos quatro dias de evento o cinema e a música também tiveram seu espaço. Foi organizada uma mostra audiovisual, com produções brasileiras relacionadas a processos culturais, artísticos e políticos organizadas a partir de experiências com a comunicação comunitária. O filmes selecionados foram:
- Eu só quero é ser feliz – uma breve história do funk carioca, de André Fernandes;
- Fantasma Vestido de Palhaço, de Alessandra Stropp;
- A Batalha do Passinho, de Emílio Domingos;
- Deixa na Régua, de Emílio Domingos;
- Marcelo Yuka, Caminho das Setas, de Daniela Broitman.
Ao fim de cada dia de evento, foram realizados show musicais e poesia. Aqueles que foram apoiar a comunicação comunitária, puderam, também prestigiar apresentações como:
- Grupo Mango Mambo;
- Corujão da Poesia Universo da Leitura Especial: “Soy Loco Por Ti, America”;
- Baile do CUCA apresenta: Funk das Antigas!;
- Batalha das Musas – Encontro de hip hop para celebrar a voz feminina no rap;
- Slam das Minas.
Cobertura Colaborativa e sugestão de atividades
Como uma maneira de fazer a população ficar cada vez mais integrada nas discussões acerca da comunicação comunitária, a cobertura do evento aconteceu de maneira colaborativa. Ela foi realizada através da participação de diversos agentes midiativistas e das mídias independentes inscritos via chamada pública.
Além disso, o encontro abriu espaço para a sugestão de oficinas e atividades. O ELACC recebeu dezenas de propostas de debates, oficinas, minicursos, intervenções e performances. Todas elas foram realizadas no MACquinho Plataforma Urbana Digital, localizado no Morro do Palácio, em Niterói.
E o próximo encontro?
Em 2020, aconteceria o II Encontro Latino Americano de Comunicação Comunitária, porém, com a pandemia que ainda assola o mundo, os planos tiveram que ser modificados. Ainda não há detalhes de quando o encontro irá acontecer.
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