Projeto incentiva mais pessoas negras a viajar e contar suas experiências
Tudo começou com dois amigos mochileiros: Nicolas Guerra viajou pela Europa, Ásia, África e morou durante um período na França, onde trabalhou como recepcionista de hotel, enquanto Manoela Ramos percorreu o Brasil por três anos para conhecer todos os estados do país e publicou, de forma independente, o livro Confissões de Viajante (sem grana).
Ao trocarem experiências sobre suas viagens, perceberam a falta de brasileiros negros nas estradas. Para mostrar que viajar não precisa ser um sonho distante e que pessoas pretas podem e devem conhecer novos lugares e culturas, a dupla criou o projeto O Mundo é Nosso, que reúne pensamentos e narrativas de negros sobre o ato de viajar como uma ferramenta de resistência, empoderamento e reconexão através do processo de autodescoberta e troca de experiências.
Os colaboradores incentivam viagens ao exterior e também pelo território nacional como forma de se conectar com moradores locais e movimentar a economia interna, compartilham roteiros de viagens afrocentrados e estimulam mulheres e homossexuais a viajarem sozinhos dentro de suas possibilidades. Eles também trazem reflexões sobre a relação entre questões raciais e a vida de turista, sobre processos identitários do corpo negro viajante, além de darem dicas para economizar nas viagens e fugir dos roteiros tradicionais.
Quer entrar nesta viagem? Acesse o Instagram @omundocongresso.
Matéria publicada originalmente no jornal A Voz da Favela de fevereiro de 2021.
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