Segundo estudo da Vital Energies, com apoio do Núcleo AFRO, durante o ano de 2020 foi registrado em SP um número de excesso de mortes quatro vezes maior na população negra. Os resultados comprovam a disparidade social existente em todo Brasil, e sobretudo na capital da São Paulo, que ocupa a liderança na desigualdade racial do país.
O advogado Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies no Brasil, diz que em outros países, como os Estados Unidos, também ocorreram grandes diferenças raciais na pandemia, mas há políticas públicas em curso para tentar atenuá-las —por exemplo, priorizar a vacinação dos mais vulneráveis.
Atualmente no Brasil, apesar de existirem projetos nessa direção, como o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, que inclui populações negras entre os grupos prioritários, ainda não é possível identificar sua realização.
Ao contrário, de acordo com a pesquisa realizada pela Agência Lupa (https://apublica.org/2021/03/brasil-registra-duas-vezes-mais-pessoas-brancas-vacinadas-que-negras/) o país registra um número de duas vezes mais pessoas brancas vacinadas do que negras.
A vacinação, que teve seu marco com o símbolo de uma enfermeira negra sendo a primeira a receber a dose, não seguiu com a igualdade em relação as entregas para todos os grupos sociais.
Apesar da população negra ser a maioria no país (119,2 milhões contra 88,7 milhões de brancos, segundo dados do IBGE 2019), a expectativa de vida ainda é muito inferior, e a taxa de mortalidade muito mais alta, o que evidencia as ausências sofridas frutos do racismo estrutural.
O Ministério da Saúde foi questionado pela Agência Lupa a respeito da diferença na vacinação de negros e brancos e se existe alguma política em curso para redução das desigualdades raciais em relação à vacinação ou à mortalidade da Covid-19 para a população negra; porém ainda não divulgou nenhuma resposta.
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